Last Updated on: 16th maio 2021, 10:16 pm

Leve, alegre e cheio de luz. Assim é o apartamento que Helena divide com mais dois amigos fotógrafos. O prédio dos anos 40 foi o primeiro edifício residencial da Av. Paulista e é assinado pelos arquitetos cariocas conhecidos como ‘Irmãos Roberto’. Além disso, a construção tem vários elementos especiais – a ideia inicial era que o lugar fosse uma moradia comunitária para aposentados, por isso algumas áreas são compartilhadas, como o jardim na cobertura. Muito dessa essência se perdeu ao longo dos anos, mas não no apê de Helena, que funciona quase como uma república, com moradores que vêm e vão. * Ainda não leu o Capítulo 1? Então veja tudo AQUI.

A autenticidade da decoração é um reflexo do olhar criativo da moradora, e esse olhar, por sua vez, traduz tudo o que ela aprendeu com seus pais. “Minha mãe é bastante cuidadosa e me ensina muito sobre o cuidado com a casa, com os espaços e as energias que os materiais podem trazer. Desde criança ela me ensinou a fazer uma boa faxina e a acender umas velas, a cozinhar comida de verdade e tomar suco de fruta feito na hora. A relação com a arte também sempre esteve em casa: os quadros, os discos, os livros, mas também a luz. Meus pais são solares, crescemos em casas com muito sol e verde, íamos muito à praia, então acho que todas essas coisas me influenciaram a construir um espaço meu”.

Boas energias | Capítulo 2

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O interesse de Helena pela fotografia surgiu como algo natural, um dos chamados da vida que ela simplesmente seguiu, mas esse caminho não foi uma linha reta. Antes de se aprofundar no tema ela cursou jornalismo, pois achou que assim poderia juntar sua curiosidade de entender o mundo geográfica e politicamente com a possibilidade de contar histórias. Mas com o tempo Helena percebeu que o que queria mesmo era contar aquelas histórias com seus olhos, e não com palavras. E foi aí que a fotógrafa se encontrou de fato.

“Eu me interesso em observar a humanidade e olhar por outro ângulo, problematizar a vida. Meu trabalho me leva para fora, me tira da minha zona de conforto, me faz conhecer e entender um pouquinho mais do mundo. Não sei ainda como definir, mas acho que a essência está no olhar, no jeito de me aproximar. É sempre uma tentativa de ser transformada pela experiência e tentar criar algo com isso. Tentar fazer com que algumas coisas possam ser ressignificadas, questionadas ou sentidas por outra pessoa”.

Boas energias | Capítulo 2

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Esse jeito de encarar a vida com poesia fez com que Helena criasse um lar cheio de pequenos encantos e nenhuma ostentação. “Não me sentiria em casa com uma mesa de centro cheia de livros de arte e objetos de design, mas sim com o tapete velho da casa dos meus pais; o pano que uma amiga que morou aqui deixou; o tecido indiano; os papéis mexicanos que garimpei… detalhes que gosto e não precisam de muito conceito, vou sobrepondo mesmo. Meu processo é mais intuitivo do que mental”.

O apartamento prova que dá para decorar e fazer muita coisa legal sem gastar tanto, apenas improvisando ou caçando peças com conhecidos. Aqui, móveis achados em ‘Família vende tudo’ ou nas Casas André Luiz ganham a companhia de itens usados de amigos ou da família, além das ‘coisas’ que Helena considera essenciais: luz natural, plantas e boas energias.

Fotos por Gisele Rampazzo