Last Updated on: 29th abril 2021, 05:39 pm

Esse apartamento de 110 m² em Pinheiros é a morada de três amigos criativos e com talento nato para a decoração: o designer gráfico Zeca, o cenógrafo Lissandro e a microempresária Maria Carolina. Se você perdeu o começo dessa história, confira o primeiro capítulo.

… O bairro, localizado em uma região central, porém ao mesmo tempo sossegada, encanta os moradores até hoje – e olha que os meninos já vivem nesse endereço há mais de sete anos. Além da variedade de serviços, restaurantes e lojas a poucos metros de distância, o local tem um clima único em meio à correria de São Paulo. “Acho que aqui temos a dose certa entre a tranquilidade de um bairro antigo e a efervescência jovem dada pelas muitas opções noturnas e gastronômicas e pelas cores dos grafites de artistas incríveis que visitam nossas ruas”, resume Carol.

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No dia a dia ou durante animados encontros, a galera se reúne mesmo é na sala de estar, mas é claro que cada um dos três precisa de um espaço reservado para chamar de seu. Aliás, os quartos são como pequenos universos, cada qual do seu jeito. O do Lissandro, que é quem mais opina na decoração dos ambientes compartilhados, é praticamente todo branco. Ele preferiu usar tons suaves para poder trabalhar e descansar sem ter tanta informação ao redor. Sobre a porta de entrada a palavra D’ART é formada por letras garimpadas em uma fábrica e que acabariam indo para o lixo se ele não as tivesse resgatado.

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Já o dormitório do Zeca sofreu algumas alterações desde que ele se mudou para o apê. Como esse é também um espaço de trabalho, foi preciso mexer nas instalações elétricas para criar novos pontos de luz. Para evitar o quebra-quebra e resolver o problema de maneira rápida, ele optou pela tubulação aparente e assim conseguiu instalar três luminárias onde antes havia apenas uma. As peças vieram de lojas de segunda mão e acabam reforçando o estilo industrial do cômodo, que tem também uma parede rabiscada e sem acabamento. O Zeca brinca que sua vida de freelancer fica mais leve e colorida no final do dia, quando o pôr do sol ultrapassa as janelas do 22º andar e tinge as paredes do quarto: “Nunca me canso de observar esta vista no entardecer, é revigorante!”.

A Carol nunca foi muito fã de detalhes femininos demais ou de ambientes repletos de rosa e lilás, então seu refúgio também tem tons neutros como base. O guarda-roupa embutido já existia antes, porém ela achou que valia a pena complementá-lo com uma cômoda extra e uma arara vermelha que acomoda peças penduradas em cabides. Além da funcionalidade, os móveis viraram peças decorativas. Na parede oposta a moradora criou uma galeria com quadros, pôsteres, bandeirinhas de papel e até garrafas da Coca-Cola. Ali também fica sua estante, perfeita para expor livros e a coleção de latinhas vintage que ela trouxe de várias partes do mundo e que são o seu xodó.

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Juntos no sofá ou cada um no seu canto, os três amigos sempre se sentem em casa e entendem que o apartamento representa bem mais do que um teto ou uma localização bacana, ele simboliza a liberdade, a amizade, o conforto… O que faz dele um lar é o fato de todos estarem à vontade, de se reconhecerem nos detalhes e nas histórias, além da cumplicidade e da companhia. Se esse conceito fosse resumido em poucas palavras, talvez a frase final seria essa, retirada pela Carol de uma música da cantora Fiona Apple: “Casa é o lugar onde os meus hábitos tem um habitat”.

Fotos por Rafaela Paoli