Last Updated on: 29th abril 2021, 04:21 pm

Yara é uma arquiteta que ganha a vida repaginando imóveis para torná-los mais atraentes a novos compradores. Não é à toa, então, que o seu apartamento atual seja aconchegante e bem resolvido. Cada ambiente tem seu encanto, então não dá pra você perder o primeiro capítulo.

… Com olhar treinado para encontrar móveis e objetos interessantes até nos lugares mais improváveis, a moradora costuma trazer peças cheias de história dos países que visita. Entre as relíquias garimpadas estão inclusive livros de design e arquitetura, além de CDs de música que funcionam como ótimas recordações: “Toda vez que os escuto me lembro de onde os comprei e ter essa sensação é algo maravilhoso”, ela conta. Um item querido em especial é a luminária 85 Lamps, assinada pelo estúdio holandês Droog – Yara a adorava, porém ela se encaixava tão bem em seu endereço anterior que ela a deixou lá. Haja desapego!

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Essa mania de reunir artigos curiosos acabou dando origem a muitas coleções, expostas pelo apê com o maior orgulho. As matrioskas, que são aquelas bonequinhas de origem russa, estão agrupadas sobre um baú na sala de estar. Logo ao lado, na estante, ficam as câmeras fotográficas antigas e pouco depois uma pilha de malas vintage. Já os saleiros e pimenteiros ocupam pequenas prateleiras no corredor, em frente à cozinha. A arquiteta coleciona ainda girafas coloridas de diversos modelos, garrafas de vodca inusitadas (apesar de não beber), monstrinhos toy art e até guarda-chuvas, que ficam no hall de entrada.

Para Yara as cores são sinônimo de bem-estar e têm o poder de influenciar uma vida. Apesar da decoração do apartamento ter uma base sóbria, com alguns móveis de madeira escura e materiais neutros, os tons alegres aparecem pontuados em detalhes: um vaso estampado, um quadro da Frida Kahlo, a cortininha da cozinha, as almofadas de crochê sobre a cama… A iluminação, bolada pela moradora, é mais um dos atrativos do espaço. Durante o dia o sol está sempre presente no jardim, na sala de estar e no dormitório, mas é à noite que as luminárias em posições estratégicas entram em ação para criar um clima intimista e aquele jogo interessante de luz e sombra.

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O quarto, que fica nos fundos do imóvel e por isso é mais silencioso, tem ideias criativas executadas pela própria arquiteta. Encontrada em um depósito de materiais de demolição, a grade que forma a cabeceira na verdade pertencia a uma janela. A intenção inicial era transformá-la em um jardim vertical, mas após algumas camadas de tinta azul ela ficou tão bonita que merecia um lugar de destaque. Outro improviso que deu certo é a escrivaninha que apoia a televisão, garimpada em uma antiga loja de aviamentos em Higienópolis que estava encerrando as atividades. Yara aplicou tecido adesivo em dois padrões diferentes e prolongou a vida útil da peça.

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Praticidade é a palavra-chave do closet, instalado no segundo quarto.  Sem portas para facilitar a visualização das roupas, o armário é feito com canos e vigas metálicas – o cano funciona como um cabideiro extenso e resistente enquanto as vigas sustentam uma prateleira no alto para os itens dobrados. Como a moradora tem muitos sapatos, parte deles fica organizada sob os vestidos e a outra metade foi agrupada em uma mala que está sempre aberta. Logo em frente à janela, banhada pelo solzinho da tarde, a máquina de costura fica a postos para fazer qualquer ajuste de última hora.

Com aquela sensação de missão cumprida, Yara revela: “Minha casa representa meu refúgio, ela tem conteúdo e todas as minhas paixões. É uma casa curiosa, como acredito que eu seja também”.

Fotos por Rafaela Paoli