Last Updated on: 21st abril 2021, 02:32 pm
Uma casa e todas as memórias que ela guarda não podem ser resumidas de uma vez só, então por aqui fazemos diferente. Ao invés de concentrar todos os detalhes e fotos da decoração em uma única matéria, criamos pequenos capítulos para que você possa curtir essa visita durante vários dias. É só acompanhar a ordem pelo título dos posts e apreciar o passeio sem se preocupar com o relógio.
Um casal de cariocas morando em uma rua chamada Maracanã em São Paulo é uma coincidência no mínimo divertida. Claudia, cenógrafa e desenhista industrial com foco em branding, e Vicente, executivo de internet, vieram para a cidade a trabalho há alguns anos e aqui ficaram, porém o lifestyle descomplicado do Rio de Janeiro nunca os abandonou. Em busca de tranquilidade, eles montaram seu lar em um apartamento iluminado, silencioso e com o Pico do Jaraguá no horizonte.
Detalhista e empenhada em encontrar o lugar perfeito, Claudia contou com um verdadeiro time de corretores na época em que estava procurando um imóvel – foram nada menos que sete profissionais a ajudando, todos devidamente equipados com uma lista que descrevia cada uma das qualidades esperadas pela futura moradora. Vista para o verde, distância de grandes avenidas e janelas amplas estavam entre as prioridades, por isso é fácil entender porque Claudia se interessou tanto pelo apê na Vila Ipojuca. Como bônus, o casal ainda garantiu três vagas na garagem, cruciais para que Vicente pudesse manter seu hobby preferido: colecionar carros antigos.
A disposição dos espaços já estava bem resolvida, pois os proprietários anteriores haviam integrado a cozinha com o living e redistribuído dois dos quatro dormitórios originais, ampliando a sala de estar e o quarto principal, mas as cores e revestimentos estavam longe do ideal. Papéis de parede estranhos, elementos em excesso e um piso de porcelanato vermelho brilhante despertaram em Claudia a vontade de reformar por completo os acabamentos. Ao longo de seis meses ela comandou cada etapa da obra, da escolha de fornecedores ao desenho dos armários – sua experiência em cenografia foi essencial e a ajudou a criar elementos cheios de personalidade.
Outra participação indispensável foi a do arquiteto espanhol Juan Cabello Arribas, amigo do casal e autor da estante emoldurada com painéis de carvalho. A estrutura em L, com prateleiras embutidas para acomodar a numerosa coleção de livros dos moradores, se estende até o final do corredor e camufla a porta de correr do quarto, feita da mesma madeira. Além disso, Juan deu sugestões de circulação dentro dos ambientes, recomendou que parte do teto fosse rebaixada, desenhou o móvel da televisão e presenteou Claudia com quadros e colagens feitas por ele.
Por um tempo a decoração do apartamento parecia um mistério para Claudia, afinal ela estava tão focada na parte dos revestimentos que mal parou para pensar nos móveis e acessórios, porém aos poucos as ideias vieram de forma natural. Totalmente brancas, as paredes servem como pano de fundo para peças especiais, trazidas de família ou garimpadas em lojas inusitadas, como o armário de metal vermelho que serve para arquivar as revistas do casal ou a mesa de jantar rústica, réplica de um modelo de 1700 produzida por um artesão de Embu das Artes, com direito a imperfeições e irregularidades no tampo. Os bancos atrás do sofá, feitos a partir de skates quebrados, e o banco dos anos 50 que fica em frente à estante também constam entre os itens preferidos da cenógrafa.
Ao lado da lareira, que é uma diversão para quem estava tão acostumado ao calor do Rio de Janeiro, um motor de Alfa Romeo de 1972 restaurado deixa bem clara a paixão de Vicente pelos carros. Seu interesse por ferramentas e engrenagens é tanto que Claudia acabou pegando gosto pela coisa, então o elemento assumiu mesmo o posto de ‘objeto de design’. A escultura de madeira na parede, feita com partes reaproveitadas, é uma obra de Ciro Schu e arremata o visual da sala. “Queremos pendurar um pouco de tudo o que temos, porque isso nos traz boas lembranças no dia a dia.”, comenta a moradora.
As plantas, que se espalham pelo apê e trazem mais vida aos cômodos, são cultivadas com todo o cuidado por Claudia: “Eu sempre quis um cacto bem grande, então essa foi uma das primeiras coisas que comprei quando cheguei a São Paulo. No nosso antigo endereço ele ficava na varanda e foi complicado trazê-lo para dentro do apartamento atual, mas como tenho um carinho especial por ele, consegui resolver. No transporte uma parte se quebrou, mas agora ele já está recuperado.”, brinca ela.
Leve e colorida, a decoração criada por Claudia e Vicente não nega o espírito alegre do casal. Os detalhes urbanos estão presentes em alguns móveis e objetos, porém o conjunto da obra tem aquela inconfundível ginga carioca. Além de revelar os gostos pessoais de cada um, o apê consegue mostrar também onde o estilo dos dois se encontra.
Fotos por Alessandro Guimarães
Queridos, por favor, onde encontro este tapete? Há tempos procuro um grande neste estilo na cor azul. Obrigada 🙂
Oi, tudo bem?
Hum, visitamos essa casa há bastaaante tempo, foi em 2015, então talvez não tenha o mesmo modelo hoje em dia.
Mas se estamos bem lembradas era da marca By Kamy.
olá. Onde encontraria essa plaquinha quem é do mar não enjoa? obrigada
Oi Aline, tudo bom? Se não me engano, essa plaquinha foi um presente que a moradora ganhou (e acho que foi feita sob medida). Mas algumas lojas vendem plaquinhas similares, mas com outras mensagens, tipo a Casa que Tem: https://www.casaquetem.com.br/search?type=product&q=placa+decorativa
Beijos
Adorei! Os quadrinhos Quem é do mar não enjoa e Pessoas felizes não ficam doentes são detalhes liindos!
Adorei! Ansiosa pela parte 2!