Last Updated on: 17th agosto 2016, 12:39 pm
A decoração faz parte do nosso dia a dia, por isso conseguimos enxergar ideias interessantes em quase todo lugar, inclusive em ambientes de trabalho. Depois de perceber que esses espaços também tinham suas histórias pra contar, decidimos lançar uma seção chamada POR AÍ. Além de mostrar onde pessoas talentosas produzem suas criações, vamos falar sobre a carreira de cada uma delas…
Se trabalhar perto de casa é o sonho de consumo de muita gente, que dirá, então, transformar parte da casa no espaço de trabalho? Foi isso o que a Débora Gotlib e a Paula Maia fizeram no imóvel que alugam há pouco mais de dois anos – a história dessa semana é sobre elas, já viram? Apesar de atuarem em áreas completamente distintas, as moradoras conseguiram equilibrar bem as funções e necessidades de cada profissão. Um cômodo no quintal que antes servia de depósito virou o estúdio de beleza de Débora, que é visagista e atende uma cliente de cada vez. Já a garagem foi adaptada com equipamentos e bancadas para que Paula pudesse produzir suas peças de design ao lado da sócia, Juliana Chammas.
Quem passa pela rua e espia a fachada estreita da casinha não imagina que ali funcionam duas pequenas empresas, mas Paula confessa que a intenção era essa desde o início. “Na verdade, mudamos para esse endereço justamente porque a Dé queria montar o estúdio dela em casa. Na época eu ainda trabalhava como diretora de arte em uma agência, mas depois que comecei a estudar marcenaria e descobri essa paixão, resolvi transformar a garagem em minha oficina.”, ela conta. Os ambientes de cada uma das marcas são bem definidos, porém a identidade visual das duas se cruzam, assim como o estilo das moradoras. É por isso que tanto o estúdio de beleza quanto a oficina carregam o mesmo nome: Casa Júpiter e Casa Júpiter Woodwork.
Cansada do universo vazio e desgastante das agências, Paula foi atrás de um hobby que pudesse lhe satisfazer – e foi aí que entrou o design de móveis e luminárias. Até então ela ainda não tinha experiência com o maquinário ou com a parte elétrica, porém os erros e acertos foram lhe ensinando a melhor maneira de trabalhar com cada material. Atualmente a matéria-prima mais utilizada nos produtos da marca é o cobre: “O cobre não deteriora, apenas oxida, por isso o escolhi. Queria criar peças que durassem a vida toda, que passassem de geração para geração, como as coisas de antigamente, feitas para durar.”, explica.
A trajetória profissional de Débora também começou por outros caminhos. Antes de se formar como cabeleireira e maquiadora e de se especializar em visagismo, ela estudou medicina ayurvédica na Índia e trabalhou com isso por um tempo, mas, no fundo, no fundo, sua habilidade com as tesouras sempre esteve lá. “Minha mãe diz que tenho esse talento desde criança, quando eu cortava o cabelo das bonecas e aprontava com as tesouras de frango da minha avó no cabelo das minhas primas.”, ela brinca. No entanto, apesar de amar o que fazia, após muitos anos de profissão Débora passou a questionar tudo: “Nessa época me sentia reproduzindo padrões de beleza em que não acreditava, me faltava um propósito. Foi então que descobri o visagismo e o identifiquei imediatamente com os princípios da Ayurveda.”.
Novamente inspirada, ela pôde reformular seu modelo de negócio e montar um estúdio intimista e acolhedor como sempre quis, sem correria e sem ‘linha de produção’, como acontece na maioria dos salões de beleza. Além disso, na Casa Júpiter a visagista tem a liberdade de trabalhar de acordo com o que acredita, seja nos produtos que usa, não testados em animais, ou se recusando a fazer procedimentos agressivos, que envolvam químicas pesadas. “Não queria que o estúdio tivesse cara de salão, com luzes brancas e vários secadores ligados. A ideia era ter um espaço com cara de sala, onde se pode conversar devagar e à vontade para que cada cliente possa se abrir com calma. Empoderar mulheres e ensiná-las a se amar é minha verdadeira conquista.”.
Além do conforto de não pegar trânsito e poder almoçar no terraço todos os dias, Paula e Débora conquistaram qualidade de vida e mais tempo para ficar com a família. Nas mãos delas, dois universos tão distintos – a marcenaria, mais racional, e o visagismo, pautado pela emoção – se encontram e formam uma bela história. Para acompanhar o trabalho das meninas é só seguir as duas marcas no Instagram: @casajupiter_woodwork e @casajupiter
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Fotos por Isadora Fabian, do Registro de Dia a Dia
Gostaria de saber o numero do telefone para marcar um horario
Oi Ana, tudo bom?
O telefone não sabemos, mas o instagram é: https://www.instagram.com/casajupiter/
Adorei a ideia desta nova rubrica, nós passamos tantas horas no nosso local de trabalho que é maravilhoso ele ser a nossa cara. Eu não trabalho em casa, tenho um pequeno comércio, mas gosto de mudar e é realmente difícil ir buscar inspiração porque não existe praticamente nada, nem revistas nem sites…. eu sei que o comércio é um pouco diferente, mas é bom poder fazer coisas super originais e ir mudando, quer seja numa onda mais moderna, vintage, retrô ou seja o que for (não estou a falar nem me incluo naquele tipo de loja padronizada que acaba por ser tudo igual em qualquer parte do mundo ou feias mesmo). Consigo ir buscar pequenos detalhes em decorações de casas de habitação e aplicar no meu trabalho, mas mesmo vocês focando esta rúbrica no trabalho/casa habitação já me traz outras ideias para me inspirar. Adorei e espero mais. Beijos
Oi Helia, tudo bom?
Bem legal saber que você veio procurar inspiração no nosso site. E mais legal ainda saber que encontrou! Como somos apaixonadas por decoração de todos os tipos, fazemos questão de mostrar espaços de trabalho que sejam interessantes – dentro ou fora da casa das pessoas. Se quiser ver mais matérias do tipo, segue o link da nossa seção Por Aí, focada justamente nisso: http://historiasdecasa.com.br/category/por-ai/
Espero que goste. Beijos, 🙂
O que está escrito na parede negra dessa instigante casa?
Oi Anna! Descobrimos a frase completa, as moradoras nos passaram.
A frase da porta é: ‘Que nada nós defina, que nada nos sujeite, que a liberdade seja a nossa própria substância.’, de Simone de Beauvoir 🙂