Ponto de encontro | Capítulo 2

Last Updated on: 16th abril 2021, 04:49 pm

Certas casas são um retrato fiel de seus moradores – e essas são sempre as mais gostosas de visitar. Essa teoria faz todo o sentido no lar que Cris criou ao lado dos filhos, Bertha e Ian, em São Paulo. Tudo tem o toque de Cris: o jeito como as estampas e cores se misturam sem medo, as narrativas contadas pelos arranjos de objetos, a forte presença do artesanato popular, os presentes recebidos de amigos artistas… todos os ingredientes de uma decoração orgânica e afetiva.

O imóvel amplo, dividido em diferentes patamares, seria atraente por si só, porém o que realmente ganhou o coração de Cris foi a área externa e a forma como a natureza se integra aos ambientes por meio de janelas, recortes na alvenaria e portas de correr. Logo na entrada da casa, um gazebo com trepadeiras e rede de balanço recebe com boas energias os convidados que chegam. “Moramos perto da avenida Sumaré, bastante movimentada, e mesmo assim não percebemos. É como se estivéssemos no meio do mato, quase uma outra realidade.”, ela diz. Com almofadas jogadas sobre um tapete ou mesinhas fáceis de transportar, Cris costuma montar cantinhos gostosos no jardim para reunir os amigos.

Não é só na decoração de sua casa que Cris incentiva o fazer artesanal e as criações de pequenos produtores. Idealizadora e curadora da Feira Rosenbaum, evento que acaba de completar sua 15ª edição, ela conta que adora garimpar novos artistas e vê-los ganhando reconhecimento com essa iniciativa. “A maior satisfação que a feira nos dá é poder fazer essa troca e estimular o crescimento das marcas, o que às vezes até faz com que seus criadores mudem o rumo de vida. Com a convivência no evento, os produtores acabam ficando amigos, e essa conexão abre novas portas para todos.”, explica. Em paralelo, Cris também apoia o Instituto A Gente Transforma, concebido por Marcelo Rosenbaum.

Em seu quarto, no segundo andar, a moradora procurou usar elementos bem femininos e tons alegres para aquecer o espaço, como os abajures com cúpulas de rendas e os dois modelos de papéis de parede, também criados por Marcelo. A varanda voltada para os fundos do terreno é privilegiada com a vista das árvores e o perfume das lavandas no canteiro – sonho de consumo de qualquer um. Já o quarto de Bertha deixa bem claro que a garota possui a mesma veia criativa dos pais. Depois de reunir inspirações retiradas do Pinterest e do Tumblr, Bertha usou as ideias para montar sua cama de pallets e para decorar as paredes com recortes, objetos encantadores e muitas frases e pinturas feitas por ela.

Cris herdou de seus pais o costume de estar com a casa sempre cheia. E não apenas no sentido mais óbvio da palavra. Além de juntar os amigos e a família, sua casa vive cheia de histórias, cheia de descobertas, cheia de alma.

Fotos por Isadora Fabian, do Registro de Dia a Dia