Last Updated on: 15th abril 2021, 03:08 pm
Quando o publicitário e fotógrafo Gustavo comprou seu apartamento na Consolação, o imóvel dos anos 50 já estava totalmente reformado: a sala tinha sido ampliada com a integração de um dos quartos, a cozinha havia ganhado paredes de vidro e o quarto principal foi transformado em uma suíte. Com pânico de reforma, Gustavo se identificou com a arquitetura aberta dos cômodos e logo deu um jeito de trazer personalidade ao lugar sem precisar encarar uma nova obra. Para não perder nadinha da história, leia primeiro o Capítulo 1.
“Eu trouxe pra casa somente as coisas que realmente gosto. Coisas com as quais tenho algum tipo de identificação”, ele diz – por isso mesmo a decoração tem um ar tão pessoal. O concreto aparente e as paredes brancas serviram como um fundo neutro sobre o qual o morador pôde ousar e brincar com objetos de estilos diferentes, como o tigre de porcelana e o banco coberto de livros na sala de TV.
Para compor esse ambiente cheio de curiosidades, o publicitário foi atrás de móveis que fugissem do óbvio. Ao invés de um sofá ou de uma estante convencional, por exemplo, ele elegeu duas poltronas com tecido listrado e um rack baixo com acabamento de laca escura. Os tapetes e almofadas com tons e estampas descombinadas são uma atração à parte: alguns foram trazidos de seu antigo apê, outros foram achados em antiquários, como o modelo verde e amarelo, de visual clássico. “A mistura foi intuitiva, sem regras”, Gustavo explica.
Gustavo tem uma rotina de trabalho corrida e por isso passa muito tempo fora de casa, então quando consegue uma folguinha seu lugar favorito para relaxar é o quarto. “Esse espaço é o meu apartamento dentro do apartamento. É onde fico boa parte do tempo quando estou em casa, então quis colocar nele algumas imagens que gosto”, ele conta. Ter uma iluminação indireta e aconchegante também era um desejo do morador, porém um abajur tradicional não lhe interessava tanto – até que ele descobriu a luminária Ropes, do designer Christian Haas, feita de cordas brancas.
O banheiro da suíte, que ocupa a metragem de um quarto na planta original, tinha espaço de sobra para o publicitário, mas os acabamentos e o layout deixavam a desejar, por isso Gustavo resolveu encarar uma pequena obra: “Foi o único cômodo que reformei e decidi mudá-lo depois de um ano morando no apê. Existia uma banheira de hidromassagem que eu raramente usava, então achei melhor tirá-la e ampliar a área de banho”. O piso de tacos do antigo quarto foi mantido, pois o box de vidro impede que a água danifique a madeira.
Mais do que um apaixonado por arte e design, Gustavo é um colecionador de itens que ama. “Acho que meu apartamento tem um pouco de todos os livros que li, das minhas viagens, de todas as experiências vividas, de outras casas em que morei… Eu não tenho nada em casa que eu realmente não ame. Sempre escolhi coisas para mim, nunca comprei nada para a casa. Isso me deu uma espécie de licença poética para compor os espaços mais livremente, com mais autenticidade, com a minha cara”.
Fotos por Gisele Rampazzo
Lindíssimo esse apê. Apaixonada por esse tapete do banheiro.
Lindo mesmo!!! O banheiro é bem aconchegante, principalmente pelo piso de tacos… o morador fez uma boa mistura né? Beijos