Last Updated on: 16th maio 2021, 10:58 pm
Uma casa e todas as memórias que ela guarda não podem ser resumidas de uma vez só, então por aqui fazemos diferente. Ao invés de concentrar todos os detalhes e fotos em uma única matéria, criamos pequenos capítulos para que você possa curtir essa visita durante vários dias. É só acompanhar a ordem pelo título dos posts e apreciar o passeio sem se preocupar com o relógio.
A casa do italiano Roberto Rebaudengo e de seu marido, Caio Zaccariotto Ferreira, é diferente de todas as outras. Para começar, eles não são os únicos moradores – como a construção é bem ampla, o casal aluga alguns espaços para amigos, como o francês Yohan e a suíça Carol. Além disso, o endereço tem uma história peculiar: o imóvel foi construído pelo empresário André Matarazzo para a cantora Maysa na época em que eles eram casados, porém quando ficou pronto os dois já haviam se separado. Antiga, com detalhes charmosos e um jardim que ainda guarda resquícios de Mata Atlântica, a casa não demorou muito para conquistar Roberto.
“Quando eu e o Caio casamos nós decidimos procurar uma casa para comprar, mas a busca foi muito difícil. Os meus desejos também não eram simples, queria um lugar com um grande jardim e que tivesse vista. Em São Paulo? Pois é…”, ele brinca. Erguida em um ponto alto do bairro Sumaré, a construção se divide em três pavimentos para tirar proveito do aclive do terreno – então sim, Roberto conseguiu uma bela vista para a cidade. O morador conta que a chance de viver em uma casa é uma das coisas que ele mais ama no estilo de vida brasileiro, pois, segundo ele, é muito raro encontrar imóveis assim nas áreas centrais da Europa.
Roberto é cenógrafo e também chef de cozinha, por isso a decoração foi feita na intuição, com base em sua experiência criando cenários de tirar o fôlego para espetáculos e afins. Quando o casal arrematou a casa ela estava quase vazia e tinha uma circulação um tanto estranha, mas para os moradores isso só serviu de estímulo para as mudanças que queriam executar. A reforma começou de baixo para cima, prevendo novos usos para alguns ambientes. O espaço que antigamente funcionava como área de serviço, por exemplo, hoje é uma pequena biblioteca com acesso direto ao jardim. “Fizemos um trabalho de reforço das fundações para ampliar as aberturas e ter mais luz natural, além de aumentarmos o pé-direito deste andar”, Roberto explica.
Antes dividida em diversos cômodos apertados, incluindo um corredor de serviço separado do social, a sala teve boa parte das paredes removida para poder concentrar múltiplas funções: estar, jantar e cozinha – Roberto gosta de cozinhar perto da família e dos amigos em um lugar sem barreiras e de olho na paisagem. “Minha maior inspiração é sempre a fruição do espaço, o conforto e acima de tudo a capacidade de receber as pessoas”.
A decoração é uma mistura de peças trazidas da Itália, móveis com valor emocional, coisas que o casal amou garimpadas em lojas ou feiras, além de itens desenhados especialmente por Roberto. Um exemplo são as cadeiras de madeira da biblioteca trazidas de Chiavari, cidade natal do cenógrafo, e chamadas de ‘Campanino’: “Antes da industrialização e da chegada da Thonet, era provavelmente a cadeira mais conhecida na Europa”.
As duas estantes da sala também entram na lista de peças queridas. “Quando elas chegaram aqui, ficou evidente que não conversavam com a lareira original da casa, mas eu gostava tanto delas que acabei desenhando uma lareira nova para combinar. Agora além de tudo ficou muito mais prática de usar, dá para sentar na frente da fogueira e observar o fogo de perto”, o morador conta. Com uma linguagem que também remete ao estilo industrial, a luminária de cobre sobre a mesa de jantar é uma criação da designer Carol Gay e proporciona uma luz agradável durante os animados almoços e jantares do casal.
A princípio a vontade de criar uma casa coletiva e compartilhada com outros moradores surgiu de uma necessidade – Roberto e Caio fizeram as contas e viram que isso os ajudaria a pagar o financiamento – mas a verdade é que o casal sempre se interessou por esse formato de moradia, onde as relações se estreitam e a rotina nunca é a mesma. “Aos poucos os espaços da casa se adaptaram a esse tipo de vivência, mantendo lugares privativos para cada um e também lugares compartilhados, como o jardim e a piscina. É muito bom ter sempre alguém para bater um bom papo ou experimentar novos pratos que me arrisco a fazer”.
* Quer conferir mais detalhes dessa casa incrível? Então clique abaixo para ler o Capítulo 2 da história.
Fotos por Alessandro Guimarães
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As cadeiras espaguete da casa são lindas! Amei que elas estão presentes em vários cômodos. Onde podemos encontrar?
Oi Diana, tudo bom?
Essas cadeiras lindas são da marca Cremme: http://www.cremme.com.br/product/moveis/37126/cadeira-la-central
Demais, né? Beijos!
Adorei o estilo, a composição de todo o ambiente e principalmente a história a que esta casa remete. Porém fiquei com uma dúvida. Os ambientes são claros durante o dia, mas como foi trabalhada a iluminação durante a noite? Bom, gostei muito da matéria, vou ler mais.
Oi Rodrigo, tudo bem?
Essa casa é mesmo muito especial! 🙂 Não tínhamos reparado que a sala da lareira não tem luminária no teto, acredita? Não estivemos na casa à noite, mas acredito que são usadas apenas luminárias indiretas. Ahhh, caso você more em SP, dá para conhecer a casa pessoalmente: o morador oferece jantares para clientes – como um restaurante, mas dentro da casa. Tem mais detalhes aqui – https://www.facebook.com/acenadaroberto/
Beijos