Last Updated on: 12th maio 2021, 06:58 pm

Tudo o que inspira a diretora criativa Clarissa e o fotógrafo Vítor coube em seu apartamento: livros, discos, quadros, plantas e muitas cores. Peças improvisadas e móveis antigos também fazem parte da decoração divertida criada pelo casal no apê de 72m² na Santa Cecília. “Nossa casa é uma mistureba doida. Acho que o segredo é ter só as coisas de que gostamos muito. Até as mais cafonas são algo que de alguma maneira nos chamou a atenção ou tem algum tipo de significado”, eles brincam.

Antes de se apaixonarem pelo apartamento, Clarissa e Vítor se encantaram com o prédio e com o elevador antiguinhos. Enquanto subiam os andares pela primeira vez, eles já foram torcendo para que o apê realmente fosse tão legal quanto o resto – e por sorte era mesmo! Apesar de alguns detalhes que o casal não curtia tanto, o espaço era bem distribuído e não exigiria muito esforço para que ficasse bacana. Como o imóvel é alugado, qualquer reforma mais drástica estava fora de cogitação, então os dois apostaram em soluções práticas e de baixo custo, como a pintura.

Improviso e muito garimpo na decoração

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Na sala, que também funciona como home office, o mobiliário mescla itens herdados da família com peças inventadas pelos próprios moradores no melhor estilo faça você mesmo. “São poucos os móveis comprados aqui em casa. Quase todos vieram de alguém ou de algum lugar”, eles contam. A cristaleira transformada em bar era da bisavó de Clarissa, o gabinete ao lado do sofá foi de sua tia-avó e o sofá pertenceu à tia de Vítor. Como contraponto aos elementos vintage, as peças montadas pelo casal trazem linhas mais simples: a estante de trilhos do escritório é uma solução fácil e rápida para acomodar todos os equipamentos e a coleção de câmeras analógicas do morador, enquanto o aparador feito com blocos de concreto organiza muito bem os livros e discos de vinil. Ao invés de uma TV em frente ao sofá, eles têm música.

Até a cozinha traz essa mistura de antigo com faça você mesmo. A mesa de madeira de demolição, por exemplo, foi um presente de amigos, mas as prateleiras com mãos-francesas em tom cobre foram montadas por Clari e Vítor, que também reformaram os armários existentes. “Fazer tudo com as próprias mãos é algo que gostamos muito, tipo terapia. Fora que é uma delícia depois de todo o suor ver que a gente consegue fazer as coisas sem depender de outras pessoas; acaba sendo um momento de aprendizado”, dizem.

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Nesse mesmo espírito de mão na massa, Clarissa e Vítor aproveitaram alguns dias livres na agenda para fazer os ajustes que precisavam no quarto. “Era janeiro e nós estávamos de férias, então por que não pintar tudo, né? Pintamos as paredes com um cinza meio azulado e o guarda-roupa de branco acetinado. Também trocamos os puxadores por um modelo mais charmoso, meio rococó. Apesar de adorarmos casas minimalistas, no fundo temos a alma kitsch”. Garimpado recentemente pela moradora, o espelho com moldura de madeira era a peça que faltava para criar o canto de maquiagem que ela tanto queria.

Sócia do estúdio criativo Grevílea, que também trabalha com criação de produtos, Clarissa usa algumas de suas peças na decoração: as almofadas coloridas, o print emoldurado sobre a cama, os bowls para cachorro na cozinha… As fotografias de Vítor também ocupam as paredes da sala ao lado de trabalhos de amigos queridos, como Marcio Simnch, Samia Jacintho e Yessica Klein. Já as plantas, espalhadas por todos os cantos, servem como uma espécie de reconexão e resgate às origens. “Elas têm muito a ver com a saudade que sentimos da natureza. Nós amamos São Paulo, mas nascemos no interior”.

Improviso e muito garimpo na decoração

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Ao mesmo tempo em que a decoração mistura peças bem diferentes, ela é também o encontro dos estilos de Clarissa e de Vítor, refletindo um pouco de cada um. Como se fosse um laboratório, o apartamento é onde eles se sentem livres para experimentar ideias, composições e até disposições diferentes dos móveis – sempre de um jeito descontraído. “Para nós dois, que somos de outra cidade, acho que é o primeiro LAR real fora das nossas cidades de origem. Antes daqui vivíamos em repúblicas, com amigos… eram endereços mais temporários. Aqui temos tudo o que mais amamos, então se existe um lugar para onde queremos sempre voltar, é nossa casa”.

 

Fotos por Gisele Rampazzo