Last Updated on: 26th fevereiro 2021, 04:11 pm
Uma casa e todas as memórias que ela guarda não podem ser resumidas de uma vez só, então por aqui fazemos diferente. Ao invés de concentrar todos os detalhes e fotos em uma única matéria, criamos pequenos capítulos para que você possa curtir essa visita durante vários dias. É só acompanhar a ordem pelo título dos posts e apreciar o passeio sem se preocupar com o relógio.
Foi por um acaso que a psicanalista e gerontóloga Ana Lúcia conheceu o Edifício Parque Das Hortênsias, onde vive atualmente. Na época, em meados de 2016, ela visitava um amigo no mesmo endereço e o grande térreo cheio de plantas logo chamou a sua atenção. Por ter sido construído em 1957 e idealizado por ninguém menos que João Artacho Jurado, o prédio tem um jardim amplo e agradável, com bancos e espaço para receber. “Na planta original, o edifício contava com uma praça sem grades e nem portão, reflexo de uma São Paulo que ainda não se aprisionava em muros e condomínios”, a moradora diz. Todo esse clima a deixou fascinada e não demorou para que logo ela providenciasse um lugar ali para chamar se seu.
No apartamento, a primeira visita já definiu que seria necessário fazer algumas mudanças. A boa entrada de luz natural, a varanda ‘não-gourmet’ e a área de 128m² foram fatores positivos, mas ainda assim os materiais e a arquitetura revelavam uma reforma anterior bem característica dos anos 90. Os cômodos eram todos fechados, os banheiros tinham mármore demais, a cozinha era pequena e o corredor, longo e escuro. Fisgada desde o início pela arquitetura do prédio, Ana decidiu que a obra aproximaria o apê da estética geral do edifício, recuperando elementos modernistas da época de sua construção.
A escolha dos arquitetos para assumir a transformação foi simples: “Conhecia a Mariana Wilderom porque tínhamos amigos em comum e já tinha ouvido falar muito bem do trabalho dela com a equipe do Sabará Arquitetura”, a psicanalista lembra. A proposta dos profissionais foi a de um projeto um tanto quanto arqueológico, resgatando as características dos anos 50, mas em uma releitura moderna com um traço industrial. Durante o processo, algumas paredes foram removidas e Ana conta que foi uma alegria descobrir o potencial de iluminação natural ainda maior revelado pela demolição.
Imprevistos também aconteceram, como a necessidade de trocar o piso de madeira dos quartos e a descoberta de uma coluna de concreto bem no meio da sala. O elemento foi revelado durante uma sondagem e foi uma surpresa a coluna estar tão perto de uma viga de sustentação. Como Artacho Jurado, responsável pela arquitetura do edifício, é reconhecido por seu trabalho autodidata e sem formação acadêmica, o episódio acabou até gerando uma brincadeira: “Mas é que o Artacho não era arquiteto!”, diziam.
Na hora de preencher os espaços, Ana investiu em uma marcenaria que fosse ao mesmo tempo cheia de personalidade e também funcional para o dia a dia. Já para a escolha dos móveis e materiais que fariam parte dos cômodos, a moradora acessou suas memórias mais afetivas da infância, atribuindo significado mesmo para peças novinhas em folha — que na prática não carregavam grandes legados, mas logo ficaram repletas de simbologia:
“A cadeira de palhinha lembra a poltrona de balanço do meu avô paterno e as poltronas Acapulco remetem às cadeiras dos alpendres das casinhas coloniais do interior de Minas Gerais, em Sabinópolis, onde nasci. As bancadas de ardósia me resgatam a memória da varanda da casa no interior, que era lustrada com muita cera e virava um escorrega no banho de mangueira todas as tardes. O piso de granilite me lembra de quando cheguei em São Paulo e visitava os prédios modernistas antigos. Eu achava lindo e gostava de tirar os sapatos para pisar descalça. Minha varanda com o chão neste tom de branco com cor de rosa me conta sobre um passado geracional com beleza, delicadeza e um toque de valorização feminino”.
Assim, com dedicação e boas memórias, cada cantinho iluminado do apê de Ana se enche de harmonia e conforto, criando o cenário perfeito para bons momentos de convívio e acolhimento. * Fiquem ligados para não perder a continuação dessa história!
Fotos por Maura Mello
Amei as cadeiras da mesa de jantar! Por gentileza de onde são?
Oi, td bem?
Essas cadeiras são do designer Geraldo de Barros. Se você comprar usada, acaba ficando mais em conta.
Mas essa loja vende também: https://dpot.com.br/colecao/cadeiras/cadeira-gb01-palha-dpot.html
Boa tarde. Gostaria de saber onde consigo comprar a luminária azul que fica em cima da mesa de jantar.
Oi, td bem? Se não estamos enganadas é a luminária Bossa da marca Lumini: https://lojavirtual.lumini.com.br/produtos/bossa
Simplesmente uauuuu!
Maravilhosa essa casa, né? 🙂
Amei tudo! Onde compraram o tapete?
Oi Marcela, tudo bom?
Parece muito com os tapetes da By Kamy, vale dar uma olhada no site deles: https://www.bykamy.com.br/
Beijos
Olá! Vocês sabem de onde é esse sofá?
Oi Edu, tudo bom?
Sabemos sim. Inclusive nós duas (Bruna e Paula) temos esse mesmíssimo sofá em nossas casas, rs. Adoramos!
É o modelo Nino, da marca Fernando Jaeger: https://atelier.fernandojaeger.com.br/produto/sofa-nino/
Bjs
Olá! Vocês têm mais detalhes sobre o piso de madeira da sala? Qual foi o tipo? É original?
Oi Livia, tudo bem? Infelizmente não temos mais detalhes. É um piso de taquinhos, mas acredito que não seja original.
Amei esse rack e esse aparador! Queria saber onde ela comprou.
Oi Sofia, tudo bom?
Se não estamos enganadas, os móveis foram desenhados pela arquiteta Mariana Wilderom.
Beijos
Adorei a história e a casa! Linda e com cara de gente! Mais surpresa ainda com a revelação da moradora de ter nascido em Sabinópolis, onde eu também nasci, e sempre acho que ninguém mais conhece essa curva de Minas Gerais
Hahaha, muito legal vocês terem vindo da mesma cidade. Como comentamos no instagram, parece que a moradora conseguiu de alguma forma interpretar esse charme do interior no apê, né?