Last Updated on: 27th maio 2021, 06:17 am
Uma casa e todas as memórias que ela guarda não podem ser resumidas de uma vez só, então por aqui fazemos diferente. Ao invés de concentrar todos os detalhes e fotos em uma única matéria, criamos pequenos capítulos para que você possa curtir essa visita durante vários dias. É só acompanhar a ordem pelo título dos posts e apreciar o passeio sem se preocupar com o relógio.
Marieta é uma pessoa de muitas casas e muitas faces. Aos 50 anos de idade, a designer, arquiteta e diretora de arte já viveu em inúmeros endereços diferentes. Inclusive nós já publicamos uma de suas antigas casas aqui no blog. Sua mais recente morada é um apartamento de 118m² em Pinheiros – tamanho ideal para ela e o gatinho Mini, recém-chegado. A cada mudança, Marieta enxerga uma oportunidade de renovar as energias e fazer algo diferente, porém reaproveitando o máximo que puder. Suas criações, por exemplo, a acompanham sempre, assim como as relíquias mais queridas.
Ela cruzou com esse apê quase por acaso. Na verdade, a designer já morava em Pinheiros na época, então quando saía para caminhar pelo bairro estava sempre de olho nas placas de vende-se. Foi assim que Marieta encontrou um imóvel bem promissor: a planta era excelente para uma possível reforma e o valor se encaixava. “Além do ótimo layout, o apartamento tinha janelas grandes, bastante luz e sol pela manhã, era silencioso, os prédios vizinhos estão a uma distância razoável e ainda tinha garagem”, ela lembra.
Reformas intensas não são nenhuma novidade para Marieta. Acostumada a repaginar imóveis por completo, ela não hesitou em fazer diversas alterações no apê. A moradora começou as mudanças demolindo muitas das paredes que espremiam os cômodos: um dos três quartos virou um escritório aberto para a sala, assim como a cozinha, que agora também fica integrada. Entre a cozinha e o corredor de entrada, ela desenhou um balcão de concreto para refeições mais rápidas – o fechamento de vidro na parte superior delimita sem comprometer a entrada de luz. O banheiro de serviço foi usado parte para aumentar um dos outros banheiros, e parte para fazer um nicho para a geladeira, assim fica fora do campo de visão. Para completar, a arquiteta descascou as vigas principais da sala, incorporando o concreto da estrutura em sua decoração.
O que ajudou a guiar a reforma foram os móveis e utilitários que a moradora vem somando com o passar dos anos. “Através deles fui organizando os espaços que abri no apartamento e encaixando cada coisa. Boa circulação e peças úteis são essenciais”, Marieta diz. Além de objetos comprados em viagens, trabalhos de amigos e louças herdadas de família, a decoração mistura protótipos de cadeiras e luminárias criadas pela designer com itens repaginados, como um gaveteiro vindo do antigo endereço. “Pouca coisa foi de fato comprada em lojas, quase tudo tem uma história de família, amigos ou trabalho”, explica. Algumas das cadeiras, por exemplo, são de profissionais com quem ela já trabalhou, como Carlos Motta, Marcenaria Baraúna e Lina Bo Bardi. E entre suas criações próprias estão as cadeiras Trança e Sola, e as luminárias Girafa e Taturana.
“O caráter multidisciplinar do meu trabalho me leva a muitas referências e olhares diversos. Mas as artes plásticas são minha principal inspiração, onde revejo os objetos deslocados do cotidiano e as imagens que ressignificam. Tenho a arte como um respiro”, Marieta conta. As viagens também são uma fonte inesgotável de ideias, desde um jeito de arrumar a casa até repensar o dia a dia do lar. Tecidos da África, louças de Portugal, balangandãs e cerâmicas do Norte do Brasil… tudo isso ajuda a escrever as histórias do apartamento.
Outro componente essencial nessa mistura é a natureza. Além das plantas, que trazem vida em sua forma mais pura, a matéria bruta é algo que Marieta gosta de ter por perto: pedras, sementes, objetos de madeira, artesanatos de barro… “Esses itens me levam para perto da origem das coisas e para perto da arquitetura modernista onde a matéria é exposta e valorizada”. Isso sem contar a presença do novo roommate, Mini, que é outro sopro de vida. “Um gatinho de manhã é pura alegria. Ama as plantas, os cantinhos e um banho de sol quando não está te chamando pra brincar. A melhor das energias astrais em uma casa”. * Encantou-se com a história? Então não perca a continuação no Capítulo 2, aqui no blog.
Fotos por Isadora Fabian, do Registro de Dia a Dia
Excelente projeto.
Amei o pendente acima da mesa lateral do sofá. Sabe onde encontro?
Oi Lis, tudo bom?
Essa luminária foi criada pela própria moradora, a designer Marieta Ferber. Vale conferir o site dela: https://www.marietaferber.com/works
Beijos
Bem, eu sou umas das seguidoras,talvez que mais ama,admira as postagens, as casas são inspiradoras. Vocês são maravilhosos.
Oi Vania, tudo bem? Uau!! Que amor 🙂 Ficamos tão felizes com esse carinho. É um grande incentivo pra nós!! Beijão
Obrigada! Farei bom proveito das dicas.
Bjs
não achei a geladeira 😛
Oi! Ela realmente não aparece no ângulo das fotos – essa era a ideia da moradora: que a geladeira não ficasse no campo de visão principal. Ela fica mais perto da área de serviço, onde não fotografamos dessa vez. Beijos
Oi, tudo bom?
A geladeira fica fora de vista de propósito, rs. Fica num canto perto da área de serviço, não dá pra ver nas fotos mesmo. 😛
Olá! Também senti falta do cachorrinho ;( Achei tudo muito lindo, mas gostaria muito de saber como conciliar gato e plantas. O meu simplesmente destrói, tenho que escondê-las à noite ou sempre que saio para trabalhar. Amo viver cercada por plantas!
Oi Renata, tudo bom?
Infelizmente o cachorrinho da Marieta faleceu há um tempinho.
Sobre os gatos, não existe um segredo: alguns gatos são mais desencanados com plantas, outros destroem mesmo. O principal é tomar cuidado ao comprar as espécies, pois muitas são venenosas para eles. Na casa da Bruna, uma das criadoras do blog, ela tem muitas plantas e 3 gatos. As mais sensíveis ficam penduradas no teto ou apoiadas no alto de uma prateleira – então estão fora do alcance dos gatinhos. As maiores ficam no piso, mas são espécies que eles nem dão bola: Pacová, cactos grandes, Ficus Lyrata e uma Clúsia. De qualquer forma, vale sempre pesquisar sobre a toxicidade e checar se seus gatinhos não estão comendo e depois passando mal.
Beijos
De onde é esse sofá de couro da casa da Marieta? Obrigada.
Oi Hélina, tudo bem? A Marieta herdou esse sofá então ela não soube nos dizer onde ele foi comprado. bjs
Cadê o cachorrinho Poeira? Tão lindinho!
Oi Maria, tudo bem? O Poeira faleceu há um tempinho. Ele realmente era muito fofo e super companheiro da Marieta 🙂