Last Updated on: 26th maio 2021, 10:29 am

Uma casa e todas as memórias que ela guarda não podem ser resumidas de uma vez só, então por aqui fazemos diferente. Ao invés de concentrar todos os detalhes e fotos em uma única matéria, criamos pequenos capítulos para que você possa curtir essa visita durante vários dias. É só acompanhar a ordem pelo título dos posts e apreciar o passeio sem se preocupar com o relógio.

O que faz de uma casa um lugar tão especial? Será a presença das crianças ocupando os cômodos com risadas e brincadeiras? O cuidado dos moradores em significar cada detalhe da decoração? Talvez o verde tomando conta do lado de dentro e do lado de fora, ou até mesmo a interação com os pets, que exploram cada cantinho de forma única e curiosa? No lar da médica veterinária Juliana, todas essas hipóteses se confirmam. Junto de seu marido, o engenheiro Daniel, ela construiu uma morada dos sonhos no bairro de Boaçava, onde vivem com as filhas Olívia, de cinco anos, e Mia, de três.

Apesar de terem se mudado há apenas um ano e meio, a história com o imóvel começou bem antes, em 2011. Na época, Juliana e Daniel viviam em um sobrado na Vila Romana, mas namoravam a possibilidade de mudar para um bairro mais arborizado, que proporcionasse um contato mais próximo com a natureza. “Quando soubemos de uma casa em Boaçava sendo vendida por um valor parecido com a de um vizinho de onde morávamos, ficamos curiosos para descobrir qual seria a avaliação do nosso sobrado. E como uma surpresa boa, o preço também era semelhante. Pronto! Já estávamos sonhando! Os corretores do bairro nos receberam e partiram em busca de um imóvel que coubesse no orçamento. Foi então que chegamos ao nosso lar atual. Era uma casa térrea dos anos 40, toda rosa, com vários quartos pequenos e duas edículas. Estava velhinha, mas amamos mesmo assim”, conta Juliana.

A partir desse achado, iniciou-se uma verdadeira novela. A proprietária acabou desistindo da venda e só a retomou em 2014, quando a pequena Olivia já completava um ano de vida. Com o negócio finalmente fechado e as obras prestes a começar, Daniel recebeu a proposta de se mudar a trabalho para a Califórnia. E lá foram os três, deixando no Brasil uma reforma em andamento, que seguiu sendo administrada à distância.

O arquiteto Lúcio Fleury foi escolhido para o projeto, que traduziu perfeitamente o desejo de uma casa aberta, térrea, descomplicada e sem recortes. “Decidimos todos os acabamentos antes de mudar para os EUA, optando por um mesmo piso na maior parte da construção – o cumaru de demolição. Na cozinha, lavabo e banheiro das crianças, usamos piso autonivelante colorido, e, abaixo do telhado de vidro, criamos uma ‘pista’ de ladrilho hidráulico”, explica a veterinária. Com o saldo de um ano de obras, duas visitas ao Brasil e uma gravidez durante o processo, a casa ficou pronta ainda sem que a família tivesse previsão de retorno para São Paulo:

“O desejo de estar na nova casa nos deixava inquietos na Califórnia, mas tínhamos feito uma escolha e teríamos a vida toda para aproveitá-la. Amigos muito queridos moraram no endereço enquanto estivemos fora e, dois anos depois, estávamos de volta ao Brasil, doidos para habitar aquele espaço e poder chamá-lo de lar”, Juliana lembra.


Enfim em casa – dessa vez com a Mia já nascida – a decoração foi sendo criada aos poucos, já que a pressa nunca pôde fazer parte da história. Mais um motivo para os espaços terem ficado tão interessantes. A estante de ferro na sala é obra da amiga Joana Mello; o buffet suspenso atrás da mesa de jantar foi feito por Fabiana Benine, prima da moradora; e o frigobar foi desenvolvido pelo próprio Daniel, que faz cerveja por hobby e é do tipo de engenheiro que adora inventar e executar. Além disso, muitos móveis vieram dos Estados Unidos e alguns até foram recuperados da rua, como as cadeiras cor de cereja na sala de jantar.

Além de objetos de viagens, muitas plantas se espalham pelos espaços, em hangers, prateleiras, vasos e suportes de todos os tipos. O contato com a natureza – um dos fatores que motivou o casal a mudar de endereço – se dá também pelas portas com caixilhos de madeira e vidro, permitindo que o jardim adentre os ambientes e misture o verde às outras cores da casa.

Daniel e Juliana contam que, com o nascimento da primeira filha, uma inquietação fez com que passassem a se questionar sobre seus espaços: onde e quais eram seus lugares. Hoje, junto de Olívia, Mia, e todos os pets (Jade, Pedrinho, Bababoom e Una), eles têm a certeza de pertencer ao lar que criaram. Mesmo com muitas idas e vindas pelo caminho, agora é definitivo: a família finalmente está em casa. * Quer conhecer mais detalhes dessa história apaixonante? Veja também o Capítulo 2! 

Fotos por Nathalie Artaxo

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