Last Updated on: 11th fevereiro 2021, 06:33 pm

O encanto do apartamento da Carla e do Nicolas começa de fora para dentro: isso porque eles já eram apaixonados pelos prédios do bairro de Higienópolis antes mesmo de se mudarem para lá. O casal se conheceu pelo Tinder e, desde o primeiro encontro, nunca mais conseguiu ficar separado, tanto que, no início de 2020, a decisão de morar junto chegou naturalmente. “Ambos vivíamos com amigos e em apartamentos bem gostosos, então quando resolvemos morar juntos, sabíamos que teria que ser em um lugar muito bacana, por isso começamos a dar uma olhada sem pressa e a sonhar bastante”, conta Carla. Por fim, quando surgiu a oportunidade de se mudarem para um apê tão legal no icônico Edifício Lausanne, as coisas não poderiam ter se encaixado melhor.

No dia da primeira visita, assim que entraram no imóvel, Carla e Nicolas se depararam com uma sala ampla e iluminada pelas janelas características da fachada do prédio. Por ser um apê térreo, as plantas do jardim do lado de fora deixavam o clima ainda mais especial e foi paixão à primeira vista. Para melhorar, o espaço já estava reformado, com uma cozinha moderna, mas mantendo os tacos e paredes arredondadas na sala, então eles só precisavam levar suas coisas e se acomodar. Até então, a mudança seguia os mesmos caminhos de qualquer outra, mas com apenas uma semana de casa nova, a quarentena chegou: “Nem tivemos a oportunidade de viver uma rotina normal. Por outro lado, tivemos tempo suficiente para avaliarmos cada parede e pensarmos em absolutamente tudo o que queríamos fazer. Fomos pendurando alguns quadros, comprando outros, refletindo sobre os pequenos detalhes que faltavam para a casa ficar com a nossa cara”, lembra o casal.

Para a decoração, eles não planejaram nada específico, mas sabiam que queriam ter cores, artes, muita vida e clima de casa, então misturaram os elementos que gostam sem pensar muito na coesão. Na sala, o sofá verde de veludo e as poltronas reformadas que pertenceram à avó do Nicolas foram o ponto de partida para toda a composição. A partir dessas peças, os moradores foram pensando no que ficaria bonito e deixaria o espaço ainda mais gostoso. Sem precisar de pressa, os dois construíram tudo bem aos poucos, à medida que encontravam algo que completasse cada ambiente, mas sempre deixando lugar para vontades e desejos futuros, como aquele quadro que ainda não conheceram, mas já tem um cantinho garantido na parede. No fim, eles consideram que a casa é uma mistura de modernismo, brasilidade e nostalgia. 

O hall de entrada recentemente ganhou o papel de parede clássico tropical, da marca branco., que deixou o clima ainda mais acolhedor. “A possibilidade de colocar um papel de parede estampado junto à pintura da mãe do Nico e aos outros elementos em tons terrosos acendeu uma luz para nós. Sabíamos que ficaria bem impactante e era exatamente este efeito que queríamos. Como todas as paredes da casa são brancas, esse canto ganhou um destaque”, conta Carla. As plantas e esculturas de madeira espalhadas pelos cômodos dão continuidade à essa atmosfera e povoam o apartamento de vida, lembranças e pequenos prazeres: “Temos essa coisa de ficar paquerando os objetos e imaginando eles aqui em casa. Esses mimos que fomos nos dando são frutos de um processo muito gostoso de construção do ambiente que queríamos viver”. 


Na mudança, a cachorra Madalena veio junto com a Carla, que na verdade tem uma guarda compartilhada com o ex-namorado. A moradora brinca que, como Madalena tem duas casas, ela não poderia ser mais mimada por seus tutores: “É um grudinho que vai aproveitando tudo com a gente. Fora que, como o apartamento é grande, tem bastante espaço para jogar bolinha e correr de um lado para o outro”, ela conta.

Nicolas e Carla acreditam que se sentir em casa tem a ver com estar confortável em qualquer ambiente, de qualquer maneira, a qualquer hora do dia, e — ainda que não se lembrem tão bem da sensação de chegar em casa após um dia inteiro fora por conta da quarentena — eles sabem valorizar a segurança emocional de terem sido acolhidos tão bem. “Enchemos nossa casa de amuletos, memórias e locais onde podemos sentar e deitar justamente para torná-la inteira um espaço em que o bem-estar prevalece”. * Amou e quer ver os demais cantos do apê? Confira também o Capítulo 2!

Texto por Yasmin Toledo | Fotos por Maura Mello

Continua no Capítulo 2