Last Updated on: 11th janeiro 2022, 11:07 am
As janelas verdes e a cobertura com pilares azuis chamam a atenção de quem passa pela Bela Vista, bairro de São Paulo. Dá para perceber que tem algo de especial ali: o prédio é antigo e mistura diferentes estilos em sua arquitetura. A torre alta e chamativa foi projetada por Artacho Jurado na década de 50 e se transformou em um dos ícones da cidade. Sim! Estamos falando do Edifício Viadutos. Um dos sonhos da diretora de arte Nicolle e do professor de filosofia Júlio era morar no prédio, mas não era fácil encontrar um apê disponível entre os seus 27 andares. Até que um amigo que já vivia no condomínio deu a dica para o casal: “Ele nos contou sobre esse imóvel à venda, mas o apartamento não estava anunciado em nenhum lugar. A então proprietária, Dona Marly, já idosa, apenas fazia visitas por indicação”, contam.
O casal e a Dona Marly se deram bem logo de primeira, o que foi crucial para a venda do imóvel. A proprietária queria ter certeza que entregaria o apê para alguém que realmente cuidaria de seu antigo lar, que ficou sem uso por dez anos à espera do novo morador ideal. “Esse aspecto afetivo contou muito”, eles dizem. Assim que Nicolle disse para sua avó que se mudaria com Júlio para o Edifício Viadutos, a reação foi positivamente inesperada: “Quando comecei a descrever a localização, ela logo me interrompeu e perguntou ‘Vocês vão morar naquele prédio lindo da praça com as janelas verdes?!’. Eu disse que sim, e ela me contou o quanto o edifício era marcante para sua geração e que sempre pensava que moraria nele quando o avistava ao passar pelo Centro”.
A mudança para o novo endereço era esperada e tinha tudo para dar certo, mas o espaço precisava de muitas reformas, já que foram dez anos com tudo absolutamente fechado. E foi aí que a amiga Suzana Jung, arquiteta do SuzanaJungStudio, entrou em cena: ela deu o projeto do apê de presente para o casal. “Ela conhece bem o meu gosto e sabia que poderíamos brincar bastante com cores, formas e diferentes texturas”, conta Nicolle, que também é formada em arquitetura e ajudou a pensar em todos os detalhes. A parte hidráulica e elétrica foi refeita, os pisos e janelas foram trocados, e a parede da entrada, entre a sala e a cozinha, deixou de existir. Apesar do quebra-quebra, o resultado deixou o casal ainda mais encantado pelo apê, que ganhou um banheiro bem colorido e um escritório com paredes de vidro.
O home office exibe um item que era prioridade para Júlio no apê: a estante. Além de armazenar todos os exemplares do professor, ela alcança o teto e cria a impressão de uma parede de livros entre a sala e o quarto. Esse móvel foi adaptado para o ambiente, assim como grande parte da decoração que veio do antigo apartamento onde o casal morava antes. E os objetos de afeto estão por toda a casa, como as fotografias tiradas pelo pai de Nicolle. “Um item que gosto muito é a máscara de papel machê no quarto. É uma máscara para as comemorações do ano novo chinês e eu não encontraria nada parecido com isso novamente. Foi então que decidi comprá-la durante a viagem e carregá-la comigo na mochila por pelo menos 10 cidades diferentes até chegar finalmente em casa”, ela lembra. Aliás, as viagens são a maior inspiração dos dois quando pensam em decorar, mas uma saída até um bairro próximo de casa já é motivo para manter os olhos atentos – coisa que Nicolle faz diariamente como cenógrafa: “Eu observo muito por onde passo, e tudo que eu vejo acaba virando algum tipo de referência dentro da minha cabeça”.
Ela conta que o jeito de pensar a morada foi um dos motivos que a fez migrar da arquitetura para a cenografia e direção de arte. Por isso, sempre surgem novas maneiras de usar cores, objetos e móveis dentro do apê. Outra novidade feliz, dessa vez vinda durante a pandemia, foi a chegada do Zazá, o cãozinho que se transformou no xodó do casal e companheiro para todas as horas. “O apê acaba por reunir muitas coisas que nós gostamos num lugar só! Talvez esse seja um dos significados de casa”, refletem. Seja do lado de dentro, com a iluminação natural tomando conta de todos os cômodos, ou na parte externa, admirando a fachada incrível do Edifício Viadutos, para eles o ato de morar é cheio de significado.
“Para o Júlio, além de ser um lugar de descanso, segurança e conforto, a casa é também espaço de reflexão e criação. Para mim, ela é o local que me permite expressar as mais diversas partes de mim mesma e também se transforma junto comigo”, Nicolle diz. Nesse apartamento, a altura do 23ª andar afasta os moradores da agitação da cidade, mas proporciona uma vista incrível, possibilitando conviver com as duas facetas de São Paulo: “Sempre me impressiona ver a imensidão da cidade e a serra da Cantareira lá no final do horizonte”. Entre a diversidade pulsante do Centro e a história de um prédio que abriga outras tantas jornadas, Nicolle e Júlio constroem uma noção própria de lar: “É o lugar onde podemos nos reconectar com nós mesmos através do espaço”. E isso é o que torna tudo ainda mais único.
Texto por Natália Pinheiro | Fotos por Felco
Mt bom gosto, carinho e delicadeza em td nesse apto! Parabens!
Olá, vocês poderiam passar quem fez o piso de madeira e qual madeira foi usada? Muito lindo. Obrigado.
Oi Guilherme, tudo bem? Infelizmente não temos essa informação 🙁
Parabéns Júlio e Nicole muito bom gosto!.
Muito bom gosto e excelente matéria! Vcs saberiam dizer quem executou a serralheria de ferro? Obrigado
Oi Leandro, tudo bom?
Lindo o apê, né? Infelizmente não temos o contato, mas vamos tentar descobrir.
Lindas fotografias
Tudo tão lindo!
Onde encontro a escada de acrílico do escritório?
Abraço
Oi, tudo bom?
A escada é da marca Kartell. Vale checar que lojas vendem essa marca aqui no Brasil. 🙂
Um dos apartamentos mais legais da página! Que legal a serralheria vermelha, essa estante linda de livros. O aproveitamento do espaço de um apto pequeno e de planta não usual, tantas cores e arte! E, claro, esse prédio que é um charme e tem uma vista incrível! Aliás, qual a metragem desse apto?
É difícil pensar num detalhe só, né? Tudo é tão incrível nesse apto. 🙂
O apto tem 100m².
Olá! Quem é o artista da tapeçaria ocre na sala?
Oi Helena, tudo bom?
É uma artista que trabalha com couro chamada Raquel Yumi Takamoto.
https://www.instagram.com/raquelytakamoto/
Que lindo apartamento! Adorei as cores, os móveis de madeira, os quadros e estante de livros! Tudo tem vivacidade, harmonia e bela decoração! Ótima matéria, fotos e aconchego do lar!
Muito lindooooo! Imenso bom gosto dos moradores e da arquiteta!
Que matéria maravilhosa! O encontro do antigo com o novo, as expectativas e visão de cada pedacinho de vida, como caquinhos q se encontram e fazem disso tudo um lar! Linda matéria, lindo espaço, maravilhosa a história! Felicidades eterna! Parabéns!
Oi Regina, tudo bom?
Ah, obrigada!! Também amamos muito conhecer o apê do casal, ainda mais sendo nesse prédio incrível que adoramos! 🙂
Obrigada pelo carinho
Que apartamento lindo! Adorei a escolha do mobiliário. Tenho procurado camas de madeira, mas o que encontro geralmente não é muito bonito ou tem um preço altíssimo. Sabem me dizer onde consigo encontrar camas como esta? Obrigado
Oi, tudo bom?
A cama deles é bem linda mesmo. Simples, mas charmosa.
Sabemos que os moradores compram peças de segunda mão, então talvez você encontre em brechós de móveis, sabe? A moradora comentou que compra bastante no Old Luk: http://www.oldluk.com.br/
Onde encontro aquela cadeira da varanda? Linda!
Oi Fernando, que bom que gostou das cadeiras!!! Você pode encontrá-las no instagram @trama_cadeiras e pedir uma sob encomenda feita exclusivamente para você!
Que encantador! De onde é a cadeira da varanda? É de praia, não consegui visualizar a textura do material e o tecido.
Oi Mari, tudo bom?
É da @trama_cadeiras
Bjs
O apê e o prédio são mto charmosos, piso bonito demais, decoração tbm!
MARAVILHOSO! ENCANTADOR!
Um lugar imaginativo e cheio de identidade. Que sonho!
Que lindo!!! Perfeito nos detalhes! E alguém poderia me dizer como se chama essa planta bem cheia, em cima do aparador?
A planta é a cissus. É uma planta pendente.