Afetos e aconchego em um apê no Edifício Louvre

Last Updated on: 14th fevereiro 2023, 01:31 pm

É difícil escolher o que mais amamos no lar dos advogados Bruna e Chico, no Edifício Louvre, localizado no coração de São Paulo. Seriam os janelões que convidam a uma pausa para um café com vista pra cidade? Ou as peças de arte, que se espalham pelos espaços em forma de fotografias, objetos e até móveis? Talvez seja o bar que o casal construiu logo na entrada de casa ou então o aconchego das tramas e texturas criando um efeito super acolhedor. De qualquer forma, uma coisa é certa: o apê é cheio de boas surpresas, dessas que dão vontade de explorar mais e mais!

No início, a intenção do casal nem era morar no centro de São Paulo, mas bastou uma visita para eles se apaixonarem pela calmaria que o apartamento transmitia mesmo diante do agito da região. No fim, a decisão de se mudar para lá não poderia ter sido mais acertada. Como ambos trabalham no Edifício Itália, eles encaram o dia a dia sem precisar se render ao trânsito da capital. Já aos finais de semana, o espaço é convidativo para receber os amigos e curtir o batuque do samba que vem da rua e alegra o fim da tarde.

Por sorte, a sala e a cozinha já tinham sido reformadas pelos antigos proprietários e estavam totalmente integradas, então a única intervenção que a Bruna e o Chico fizeram no ambiente foi a criação do painel de madeira, na entrada, e do bar, que liga o espaço à sala de jantar. O projeto desta área foi assinado pelo escritório Sub Estúdio, com marcenaria da Levo. Já a decoração foi toda feita pelos moradores, com muito afeto e sem ajuda profissional.

“Nós fomos montando a casa com calma e acredito que ela ainda está em construção. Por bastante tempo, tivemos ambientes e paredes vazios, que foram sendo preenchidos aos poucos, conforme encontrávamos os objetos que faziam sentido”, conta Bruna. Pouco a pouco, a casa se transformou em um lugar repleto de vida, que reflete igualmente os gostos e referências dos dois moradores, inclusive com obras de amigos artistas espalhadas pelos espaços.

Como o apê é bem amplo e integrado, os tapetes foram um dos recursos do casal para levar aconchego e delimitar os ambientes. As peças estão nas salas, corredores e varandas, e todas são da LEVA Oficina – marca que movimenta uma rede de artesãos brasileiros em prol de um design sustentável, afetivo e manual. Para o casal, o diferencial dos tapetes está na aparência leve e ao mesmo tempo sofisticada, além do toque delicioso ao se andar descalço.

Alguns deles são feitos de taboa, uma planta aquática que cresce nas margens de brejos. Como na comunidade de Carnaubal, no Delta do Rio Parnaíba, no Piauí. São os artesãos desse povoado que produzem a coleção Capim D’água, da LEVA Oficina. Outros modelos de tapetes usados no apê do casal fazem parte da linha Artesania, uma série especial feita à mão a partir de técnicas tradicionais de Minas Gerais, com materiais como lã, algodão, juta e sisal.

No dia a dia, cada cômodo é bem aproveitado à sua maneira: quando está calor, o casal gosta de relaxar na varanda e ver o céu. Já as refeições costumam ser feitas na mesa de madeira com o aconchego da iluminação natural abundante. O bar é perfeito para as noites que pedem um drinque. E quando os amigos vão visitar, a cozinha integrada com a sala de jantar vira cenário para longos almoços que às vezes se estendem até a noite.

Para o casal, além de aconchego, o lar é reflexo de uma eterna construção da vida a dois. Assim como os mesmos objetos estão sempre mudando de lugar pela casa, os cômodos também seguem abertos para novas experiências e significados: “Nossas escolhas são baseadas naquilo que para nós agrada e faz sentido. Entendemos que os espaços devem ser habitados e preenchidos a partir da vivência”.

Texto por Yasmin Toledo | Fotos por Maura Mello