Casinha de vila com decoração acolhedora e clima de interior

Last Updated on: 30th julho 2024, 04:29 pm

A história da comunicadora Thais Cezare e do arquiteto Ciro Dias é marcada por reencontros: o primeiro veio em 2018, quando eles começaram a namorar mesmo já se conhecendo desde 2015; o segundo aconteceu durante a pandemia, após cerca de um ano separados, a distância os fez perceber o quanto eles realmente queriam estar juntos – a ponto de buscarem um novo lar para, enfim, dormir e acordar lado a lado.

“O que era para ser um encontro marcado no interior de São Paulo virou um final de semana. Depois, uma escapada de 2 dias para ver o mar se transformou em quase 2 meses, isolados em uma praia aonde apenas se chegava de barco. Ali, percebemos que o dia a dia era nosso, que estar junto fazia parte e que não queríamos mais ficar separados. Na volta a São Paulo, começamos a pensar sobre morar juntos e iniciamos as buscas por lugares”, eles lembram.

Na época, quando encontraram o anúncio do imóvel onde vivem atualmente, as fotos não tinham muita qualidade e pouco revelavam sobre os tesouros daquela casinha de vila recém-reformada em uma rua tranquila, mas na primeira visita tudo mudou e eles se apaixonaram pela luz natural, a vilinha antiga e o piso em madeira. O casal brinca que para atestar que aquele seria mesmo o lar escolhido, o cachorro Chico até carimbou sua pata em uma das paredes branquinhas do imóvel logo nos primeiros minutos da visita com o corretor!

Uma particularidade interessante é que o último uso da casinha tinha sido comercial e ainda havia resquícios do antigo escritório que ocupou o espaço. “Conseguimos reaproveitar alguns itens, como o eletroduto do quarto, que antes tinha luzes brancas e diretas, mas transformamos em iluminação indireta e mais quente. A mesa de trabalho foi preservada e agora é usada como mesa de jantar. Além disso, mantivemos em uso os armários que já estavam na casa. Um deles é o nosso guarda-roupas atual e o outro funciona como armazenamento de material de trabalho do Ciro”, conta Thais.

Logo de imediato, a casa tomou forma com os móveis que cada um já possuía de endereços anteriores, e, aos poucos, novas peças foram se acomodando à medida que os moradores viviam outras histórias. Muitos objetos foram trazidos de viagens, são presentes de amigos ou heranças de família. A base de madeira usada como apoio na sala, por exemplo, veio da casa de infância de Ciro; as cadeiras Cesca foram encontradas na rua pela Thais, que as reformou; as luminárias do quarto têm pelo menos 20 anos e já não são mais produzidas; e a escrivaninha Trigo, da Marcenaria Caravelas, foi feita sob encomenda para Thais pelo Daniel Guimarães e depois virou produto de linha, com um detalhe especial de ser um protótipo e o único com pés de latão – um verdadeiro xodó para a moradora.

Para o casal, as melhores ideias de decoração que eles colocaram em prática no espaço foram distribuir alguns vasos de plantas, a pintura das paredes e a escolha carinhosa de cada uma das luminárias: “Achamos que estas soluções são as grandes responsáveis por dar o tom da casa”, eles revelam. Naturalmente, a facilidade com a decoração vem não apenas pela profissão de Ciro, como arquiteto, mas também pelo trabalho de Thais, sempre atenta a tendências e imersa em pesquisas diversas:

“No fundo, sempre tem algo para ser feito, ainda que possa parecer pronto para quem vê de fora. A gente muda com o passar do tempo e a casa vai mudando um pouco também. Juntar nossas referências foi algo bem natural: o Ciro é um pouco mais sóbrio e prefere menos informação, já eu, um pouco mais fã de cor e texturas. No final, acho que encontramos um bom meio-termo”, conta Thais.

Entre os momentos mais valiosos que o casal já viveu nesse lar estão os encontros com os amigos, as horas cozinhando e papeando, a preguiça dos finais de semana em que ficam na cama até mais tarde, entre filmes e livros, ou até as noites esparramados no sofá, conversando enquanto dividem uma garrafa de vinho. Viajando entre suas memórias, Thais guarda com carinho uma lembrança de quando tudo começou: “Eu e Ciro deitados no chão do nosso quarto assim que pegamos a chave de casa. Tinha só um tapete por lá, que eu já tinha levado, e o resto era sonho”.

Texto por Yasmin Toledo | Produção por Dora Campanella | Fotos por Rafaela Paoli