Last Updated on: 1st agosto 2024, 12:09 pm

Sabe quando um encontro é tão profundo que muda a sua vida para sempre? Foi assim que aconteceu quando a Maria Amélia Vieira e o Dalton Costa, residentes de Maceió, conheceram a Ilha do Ferro em meados dos anos 90. No início, a relação começou de forma despretensiosa: como os dois são artistas visuais e colecionadores de arte, eles enxergaram o povoado alagoano como mais um local para suas pesquisas e aquisições de obras, mas a verdade é que esse contexto foi só a porta de entrada para um mergulho sem fim na cultura da região.  

“Começamos a frequentar o povoado pois nos apaixonamos pelo trabalho do Fernando Rodrigues, que fazia as cadeiras de três pés. Naquela época havia poucos artesãos ali, como Vieira e Zé Crente”, eles recordam. Porém quanto mais conheciam sobre o lugar, mais eles se encantavam pela arte popular que florescia entre os moradores. Em paralelo, Maria Amélia e Dalton passaram a dar visibilidade aos artistas ao retornarem com suas obras para vendê-las na Galeria Karandash, da qual são fundadores, em Maceió.

Casa Sibite na Ilha do Ferro tem fachada branca e azul e muita arte popular do lado de dentro.
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Com o tempo, os dois deram novos passos rumo ao estreitamento do laço com a Ilha de Ferro, como a idealização de um barco museu que navega pelo Rio São Francisco com exposições e projetos culturais, e a oferta de consultorias gratuitas para os artistas da região. As visitas ao povoado passaram a ser tão frequentes que, em 2016, o casal, por fim, decidiu construir sua primeira casa ali, dando início a uma nova jornada — já que atualmente a família possui 4 imóveis disponíveis para aluguel no local.

A Casa Sibite, que leva este nome em homenagem a um pássaro da região, foi construída em 2022, com projeto da arquiteta Joana Vieira, filha do casal. Entre os imóveis da família, este em específico é definitivamente o xodó de Dalton e de Maria Amélia, já que é abundante em luz natural, com visão da caatinga e um pôr do sol de tirar o fôlego.

Casa Sibite na Ilha do Ferro tem fachada branca e azul e muita arte popular do lado de dentro.
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Casa Sibite: um refúgio especial na Ilha do Ferro
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“A casa mistura peças locais com o trabalho dos meus pais, então é um diálogo da arte contemporânea com a arte popular. A fachada é super singela com um cavalinho de carrossel antigo e tem um piso amarelo idealizado pela minha mãe”, conta Joana. Ela também explica que pensou a arquitetura do lugar de forma poeticamente despretensiosa, com a preocupação de que a fachada não destoasse das outras casas originais do povoado.

Do lado de dentro, o lar guarda vários tesouros, desde as louças e luminárias em cerâmica feitas por Maria Amélia, ou as obras de assemblage assinadas por Dalton, até as muitas peças de artesãos locais, como uma pintura de dona Roxinha, bancos de Valmir e obras de Amilton, Petronildo, Beto de Meirus, Boró, Eraldo, Petrônio, Fernando Rodrigues e Vieira.

Casa Sibite na Ilha do Ferro tem fachada branca e azul e muita arte popular do lado de dentro.
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“A gente buscava amorosidade, leveza, alegria, contentamento e abrigo de gente e de pássaros, já que fiz comedouros de cerâmica que espalhamos pelo jardim. Hoje, aves de inúmeras espécies visitam o nosso quintal… é muito bonito a gente conviver com a natureza de uma forma plena dentro dessa nossa casa na Ilha do Ferro”, diz Maria Amélia. 

Para ela, tudo ali é fonte de inspiração: os banhos no Rio São Francisco, as trilhas pela caatinga, as conversas com os artistas, os trajetos de barco… como consequência dessa imersão na região, hoje a família se considera filha da Ilha do Ferro: “Foram anos de convivência, anos de idas e voltas. Agora, com as casas, fincamos raízes. Eu costumo dizer que elas são o nosso lar, pois cada uma conta um pouco da nossa história”.

Gostou dessa história e quer conhecer ainda mais sobre a Ilha do Ferro? Continue o passeio pela Casa Pirambeba.

Texto por Yasmin Toledo | Fotos por Felco