Last Updated on: 9th agosto 2024, 06:25 pm
Entrar em uma casa e se deparar com portas vermelhas, uma parede listrada em preto e branco, mix de estampas, móveis vintage, piso preto na cozinha e até um sofá com animal print de zebra é o tipo de situação que faz qualquer um se impressionar com tamanha ousadia e pensar: “Uau, quem será que vive aqui?!”. Eis a resposta: Bru Figueiredo – e ela é mesmo tudo isso que sua casa mostra!
Apaixonada por moda, cores e garimpos, ela se autodescreve como “uma pessoa de histórias” e brinca que, ainda que seja apaixonada pelo centro de São Paulo, continua sendo uma menina do interior, que adora começar os dias com calma, tomando um café sem pressa antes de se dedicar ao trabalho. E no fundo seu amor por peças antigas não faz com que o apartamento acumule objetos sem função, na verdade o que acontece é o contrário: tudo que está ali tem um motivo, uma história e é realmente usado no dia a dia.
Apesar de viver na mesma casa há mais de uma década, desde o ano passado Bru tem experimentado uma nova versão do espaço, que foi totalmente modificado após uma reforma radical. Para isso, ela contou com o olhar de Gigi Barreto, diretora criativa do estúdio de arquitetura CasaVidaCenário, que mergulhou profundamente nas referências e desejos da moradora para ajudá-la a repensar tudo do zero. O projeto contou também com acompanhamento de obra feito pela arquiteta Mariana Brasil, da Architherapy.
Bru conta que o resultado foi quase como mudar de casa sem precisar trocar de endereço. Entre todas as transformações, a mais surpreendente foi a abertura entre a sala e a cozinha, que a permitiu enxergar a casa por um novo ângulo e tornou os momentos ao redor da mesa mais especiais. Outra surpresa boa foi o sofá na área externa, que virou o melhor lugar para leitura. Já o home office a acolheu tão bem que aos poucos ela parou de frequentar o escritório alugado em outro endereço e decidiu cancelar o contrato de vez.
Na parede listrada, a moradora expõe um dos maiores tesouros do lar: uma cristaleira de família, com xícaras e peças que antecedem a sua própria história. Bru brinca que quando era criança sua avó tinha colherinhas que ela não podia “nem chegar perto”, mas hoje em dia foram parar justamente em sua casa. Há também um jogo de xícaras inteiro colado que guarda memórias de um tempo anterior a seu nascimento: “Descobri que as xícaras se quebraram por causa de um bonde que passava em frente à casa da minha vó, onde originalmente ficava este móvel. Mas quando eu era criança já não tinha bonde nenhum”.
Complementando a composição de itens vintage e repletos de histórias, estão os tapetes garimpados da Tapilogie que trazem mais cor e vida ao apartamento. Nas paredes, os quadros pendurados são obras de arte feitas pela própria Bru a partir de intervenções em mapas de cidades. Ela se lembra que essa história foi construída ao longo de uma vida: apesar de colecionar mapas desde sempre, numa noite específica ela teve um sonho com um mapa cheio de intervenções e, ao se deparar com seu “mapa dos sonhos” à venda em um depósito de móveis, não teve outra alternativa a não ser levar para casa e completá-lo com objetos, recortes, luzinhas… o resultado dessa primeira experiência a acompanha há cerca de 20 anos e desde então ela já produziu vários outros mapas, integrando o coletivo de arte Grupo Maior que Eu.
No dia a dia, Bru tem alguns momentos que considera como seus favoritos: regar as plantas enquanto escuta a suas músicas e podcasts, tomar sol na área externa durante o verão ou ficar “encorujada no sofá”, assistindo a séries e lendo livros. Mas a verdade é que apesar de morar sozinha, sua casa definitivamente precisa de pessoas para ganhar mais significado.
Os convites acontecem de diversas formas, planejadas ou não: chamar seu vizinho bom de cozinha para preparar o almoço em conjunto; atrair seus irmãos e amigos apelando para o seu maior sucesso: estrogonofe; ou continuar em casa um encontro que começou na rua. Isso sem contar com as festas e hospedagens…
No fim, Bru valoriza acima de tudo as conexões que sua casa a permite nutrir: “Conexões com pessoas que não estão mais aqui, com os amigos que eu amo, e até com quem eu estou começando a conhecer e a casa se torna um espaço de abertura”. Apesar de cultivar uma ligação tão sensível com o passado, seu lar é mesmo uma celebração ao tempo presente. Nenhum objeto fica parado como em um museu, muito menos no aguardo de uma ocasião especial: “Pode parecer um clichê, mas o tempo passa, e você querer que algo dure pra sempre para mim é o começo do fim”.
Texto por Yasmin Toledo | Fotos por Leila Viegas
Olá, por favor, qual a cor da tinta das paredes da sala? Essa meio rosinha… Que lindo que ficou. Leve e claro mas colorido.
Muito linda
Lindo apartamento. Os projetos da Gigi são um acontecimento. Também senti falta de ver o quarto e o banheiro. Vocês podiam voltar a mencionar nos textos das publicações a metragem dos aps/casas, é legal pra gente ter uma noção dos espaços e ver o que é possível ter de criatividade dentro do mesmo. Bjos!
linda. de onde é o armario do quarto que tem a bancada de trabalho?
Olá, foi comprado na A la Garçonne!
Muito legal os mapas personalizados!
Muito bonita e alegre a decoração! Mas faltou o banheiro e quarto.
Lindas imagens, mas faltou banheiro e quarto. Sei que é área intima, mas intima também é a casa.
Casa cheia de cores, texturas, objetos raros e únicos, tapetes maravilhosos, cheia de personalidade…linda!!! Parabéns Bru!!!