Last Updated on: 29th abril 2021, 03:56 pm

Dárida é uma diretora de arte que decidiu abandonar seu apartamento antigo para procurar uma casinha aconchegante com espaço de sobra para compartilhar com os amigos. Hoje ela tem três roommates, um quintal com muitas plantas e ambientes repletos de peças afetivas. Confira o começo dessa história AQUI.

… Como ela foi a primeira a se mudar e já possuía a maioria dos móveis, Dárida acabou montando a decoração de acordo com o seu estilo pessoal, mas garante que costuma pedir a opinião dos meninos quando é preciso alterar algo. A sugestão de pintar a parede da sala de azul, por exemplo, foi aprovada por todos, assim como a ideia de forrar os degraus da escada com sobras de tecido estampado. Sem limitações, o grupo deixa a casa aberta ao novo, às misturas e às diferentes personalidades de cada um.

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É claro que conviver nem sempre é fácil, porém o exercício tem sido um belo aprendizado. Ao invés de criar regrinhas de organização, os moradores decidiram deixar tudo acontecer naturalmente, usando a intuição e o bom senso. “Acho que foi bom assim, porque cada um tem uma observação mais cuidadosa e delicada do seu espaço e do espaço do outro, mas ao mesmo tempo se sente livre. Aí a gente vai lidando e conversando sobre as coisas conforme elas acontecem e assim nos conhecemos melhor”, comenta a diretora de arte.

Viver de aluguel nunca foi um empecilho e todos gostam de ter essa mobilidade, mas bem que seria interessante se eles pudessem reformar algumas coisas. Se a casinha fosse dela, Dárida construiria um terraço em cima da edícula e quebraria o piso original do quintal para poder cultivar espécies direto na terra, em um canteiro. Quem sabe um dia ela não realiza esses sonhos? De qualquer forma já é um privilégio aproveitar a luz da manhã que entra pelo corredor lateral, tomar café pertinho das plantas e contemplar a lua em noites claras.

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Além dos detalhes improvisados, a casa tem um ar experimental e está em constante evolução – em parte por influência do trabalho da moradora. Na época em que estava cursando a faculdade de cinema Dárida imaginou que iria se dedicar aos roteiros, porém aos poucos viu que a cenografia e a arte dos filmes lhe atiçava mais a criatividade. Ela chegou a fazer um estágio na TV Cultura e foi aí que percebeu que havia se apaixonado completamente pelo tema. O bom é que sua decoração também sai ganhando nessa história: eventualmente sobras de cenários e produções são incorporadas aos ambientes do sobrado, como as fotografias ampliadas que se espalham pelo térreo.

O quarto da diretora de arte é um verdadeiro refúgio onde ela encontra tempo e silêncio para descansar e meditar. Parte dessa tranquilidade tem a ver com as paredes e a roupa de cama branquinha, que acabam servindo como pano de fundo para almofadas divertidas, quadros, memórias emolduradas e pequenos ganchos que suportam colares e bolsas com pegada étnica. Aqui existe praticidade, sim, mas também não falta sentimento. No dormitório logo ao lado, ocupado pelo administrador Luís Eduardo Tavares, a vista da janela é um dos atrativos. Através dela o morador pode espiar os outros telhados do bairro e por pouco não esquece que está na cidade grande.

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Nessa casa dos anos 70 com cômodos iluminados e relíquias de família, só entram energias positivas. Dárida acredita que o lugar tenha algo de mágico e ao mesmo tempo seguro, onde é constante a sensação de estar perto de tudo o que mais lhe importa: o passado, os amigos, o cantinho da meditação, os temperos frescos, os objetos encontrados mundo afora… Cada coisa tem o seu papel. Aqui a decoração não é algo supérfluo, e sim um meio de expressão pessoal.

Fotos por Rafaela Paoli