Last Updated on: 13th setembro 2022, 01:25 pm
Quem acompanha o Histórias de Casa há um tempo, talvez se recorde que a designer de moda e amante de garimpo Guta Virtuoso morou em uma casa espaçosa com quintal no Jardim América e, em seguida, em um pequeno mas aconchegante apartamento em Pinheiros.
Desta vez, Guta armou uma reviravolta surpreendente: um retorno ao seu primeiro apartamento, comprado há 15 anos, considerado por ela, por este e outros motivos, como um verdadeiro porto seguro.
Quando visitou este apartamento pela primeira vez, em 2007, a designer conta que se apaixonou pelo piso de tacos com modulação em formato de estrela, porém, estava coberto com sinteco preto e ela planejava recuperar a cor original. Mal podia imaginar que, ao ser lixado, por estar muito fino, o piso simplesmente explodiria (!) Guta lembra aos risos que a grana já estava curta naquela fase final da reforma e então optou por colocar um porcelanato qualquer ali.
Recentemente, neste regresso, sentiu que precisava alterar outros componentes para que o imóvel refletisse o seu momento de vida, e é exatamente assim que Guta encara suas moradas: como espelhos sinceros de si e de suas trajetórias. “Ele e eu fomos mudando juntos”, afirma.
Sem novas explosões (sorte!), as reformas não deixaram de ser intensas: o piso de porcelanato foi substituído por um laminado de madeira; paredes foram removidas para diminuir a quantidade de quartos (antes eram três) e criar espaços maiores; a cozinha, agora aberta, ganhou uma bancada com textura de concreto que vai até a sala de jantar e configura uma espécie de barzinho. Aliás, a moradora considera este ambiente a parte principal do apartamento porque, apesar de não ter dotes culinários, adora receber amigos e estes costumam se encarregar das funções.
Com a parte arquitetônica finalizada, Guta pôde se mudar com seus móveis e pertences menores sem receios da nova etapa: “Os espaços se preparam pra nos receber assim como estamos prontos para habitá-los. Não tenho grandes rituais além de pedir licença ao entrar e desejar ter bons momentos por ali”.
No apartamento, a mistura harmônica de elementos de diversas épocas e culturas é bastante presente, reafirmando o estilo de design longe do óbvio da moradora. Quando perguntada sobre o processo criativo, ela diz que é bem intuitivo e considera ter um olho apurado e por isso algumas coisas simplesmente vão “aparecendo”.
O mármore verde da sala veio do salão de cabeleireiro que frequenta: “Eles estavam de mudança e algumas pedras não seriam utilizadas, na hora eu reservei a minha”, comenta. A escrivaninha xerife foi um super garimpo e estava com preço ótimo; já a cadeira de escritório Cimo e as cadeiras de jantar Scapinelli, assinadas por designers consagrados, demandaram um valor de investimento um pouco diferente.
Ao lado do espelho com moldura em arco, um quadro que remete a simbolismos gregos, criado pela artista Lorena Moreira, evoca feminilidade e misticismo. Logo abaixo, um móvel de correspondência de prédio, garimpado e apenas invertido na horizontal, adquire novo significado e acomoda velas, cristais, garrafas e outros objetos afetivos.
Miudezas e trabalhos manuais brasileiros não poderiam faltar! Guta é completamente apaixonada por fibras naturais, cestas, tapeçarias, leques, chapéus e outras peças que encontra durante suas viagens: “Descubro muito artesanato lindo, rico em histórias, em resistência e com preço bacana”. De seu último apartamento também vieram o banco de jacaré, a mesa com tampo de granilite rosa e o sofá – que apenas recebeu um novo módulo e estofamento.
A moradora confessa que desta vez a proposta foi colocar menos informações na decoração e acredita que até seu modo de vestir reduziu cores e estampas. Nos lares por onde passou, o quarto sempre foi um ambiente minimalista em relação ao restante, talvez pela sensação quase inconsciente de precisar se desligar e descansar enquanto os outros cômodos transbordam inspiração. “Minhas casas nunca serão clean, até porque gosto de carregar comigo algumas histórias representadas em objetos”, conclui.
Entre tantos deslocamentos e descobertas, este porto seguro amadureceu junto com a dona, repercutindo uma busca profunda de autoconhecimento e guardando tudo aquilo que se mostrou essencial. “É preciso sair da ilha para ver a ilha, não nos vemos se não saímos de nós”, dizia José Saramago.
Texto por Estela Novaes | Fotos por Leila Viegas
De onde é esta tela azul da primeira foto?
Olá! é da @lorenadmoreira 🙂
Qual a metragem do apartamento, por favor?
Oi, td bem? Ele tem 110 m2.
Olá boa tarde, gostaria de saber de onde é o espelhão ao lado da poltrona branca. Obrigada
Oi, td bem??
A marca do espelho se chama Studio Massa.
Parabéns, ficou lindo!
Gostaria de saber onde encontro a luminária acima da cama.
Oi Dea, tudo bem?
Bacana mesmo! A luminária é da marca Labluz.
Demais! Amei o tapete que parece um desenho no chão, do lado do movel garimpado de prédio. Quem foi a/o artista?
Oi, tudo bom? Esse tapete é da marca Pelle 😉
https://www.pellle.com.br/
Meninas,
A foto em cima da cama é de qual artista?
Tem cara de Akira Cravo. É dele?
<3
Oi, tudo bom?
É do artista Roncca, que é o namorado da Guta.
Ele vende na Nós Galeria: https://www.nosgaleria.art.br/roncca
Estou atrás de uma luminária como a dela faz ANOS e não acho. Me refiro a essa de papel/tecido da primeira foto. Podem me informar onde ela comprou por favor?
Oi, tudo bom?
É da marca Otsuki Iluminação, o responsável se chama Mineo.
Maravilhoso!!! Adorei a ousadia do banheiro!!!! Divino!!!!
Que apê maravilhoso, mto bonito, aconchegante, charmoso e exótico. A casa tem que refletir quem vive nela!!! Parabéns Guta!!! …Saramago…não precisa dizer mais nada…
Que apartamento lindo, tudo tão unico! Vocês sabem dizer de onde é essa luminária de papel em cima do mármore verde?
Oi, tudo bom? 🙂
Sabemos sim, temos igual em nossa casa, hehe. É da marca Otsuki Iluminação, o responsável se chama Mineo.
Ficou linda e aconchegante. Adorei os detalhes e as cores. Parabéns Guta.
A casa é a embalagem do lar. No lar embalamos nossos sonhos. A casa da Guta não espelha o momento atual dela, mas reflete, de forma atualizada, todo o seu ser. Como ela mesma diz: espelhos sinceros de si e de sua trajetória. Vemos atualmente arquitetos impondo caixas cinzas sem nenhum, ou quase nenhum elemento que caracterize a alma do morador. São espaços insípidos e inodoros, como isopor. A impessoalidade exposta nos imóveis de famosos condomínios, como os Dhamas da vida, me fazem ler esses projetos como cemitérios com lápides cinza.
Incrível o bom gosto . Uma visão incrível de como morar bem sem gdes ostentações