Last Updated on: 15th maio 2021, 06:36 pm

A gente escreveu essa matéria com a SUVINIL, nossa maior referência quando o assunto é cor na decoração. Juntos, acreditamos que cada história tem uma cor e cada cor tem uma história, e é essa combinação que transforma um ambiente em um verdadeiro lar. Por isso, nós iremos compartilhar aqui no blog casas que inspiram pelas suas cores. Fica aqui com a gente para acompanhar essa história de perto.

O lar da arquiteta Adriana Benguela é um lugar em constante evolução. Se em um dia as paredes estão brancas e a decoração é maximalista, no mês seguinte ela pode enjoar, guardar tudo no armário para dar um tempo e trocar as cores da casa toda. “Sou peixes, com ascendente em touro e lua em virgem. Gosto da mudança e da ordem ao mesmo tempo”, ela brinca. Além da influência astrológica, outra razão para essas transformações frequentes é o trabalho da moradora. Sócia de Marcelo Rosenbaum, Adriana está sempre cercada de referências interessantes e vivencia experiências únicas ao lado de artesãos de todo o Brasil. Naturalmente, seu apartamento vai absorvendo tudo isso e o resultado só poderia ser apaixonante.

O prédio foi erguido nos anos 70 e inspirado nas superquadras de Brasília, mas a história de Adriana nesse endereço só começou em 2010. Na época a arquiteta estava grávida de Francisco, hoje com 7 anos, então a reforma precisou ser mais contida, sem grandes intervenções. Por sorte, o apartamento estava em um estado legal de conservação, e a maioria dos detalhes ainda era original. “Quando conheci o apê, gostei da luz que entra pelas janelas, do vento que circula e da planta bem dividida, com espaços amplos”, ela lembra. Para conseguir conviver com a obra, a moradora foi fazendo ambiente por ambiente, mudando somente o necessário.


É fácil perceber que a decoração é fruto de muitas influências diferentes. Em um mesmo espaço é possível encontrar peças regionais garimpadas nas viagens a trabalho; clássicos do design mundial, como as cadeiras Panton; móveis criados pelo estúdio Rosenbaum e diversos objetos afetivos. “Eu gosto de ter a liberdade de misturar coisas novas, velhas, de design, artesanato, as pedras que o Francisco pega na rua e coleciona… minha casa tem a leveza que vem da luz clara entrando e do vento que chacoalha as plantas. Às vezes tem um certo drama, com pontos de cor, mas sempre com muito aconchego”, Adriana define.

Muitas das peças a acompanham desde sua primeira casa, como a mesa de jantar, a mesinha de centro dos anos 70 e até a cama de Francisco. Com o passar do tempo, a arquiteta vai mudando as composições e incluindo itens novos, sem descartar o que já tem. O primeiro móvel que comprou na vida, por exemplo, foi a mesa Girafa, de Lina Bo Bardi, que atualmente está sendo usada como apoio lateral na sala. E as paredes, é claro, também guardam boas histórias: o quadro sobre o sofá é um bordado Shipibo, feito por uma mestra de cerimônias indígena do Peru. Aliás, os objetos mais interessantes da casa são esses feitos à mão e que remetem a lugares especiais já visitados.

“As viagens acabam influenciando bastante. Sempre chega algum objeto novo comigo, embora seja pouco consumista. Nas viagens do A Gente Transforma, trabalho que desenvolvemos há 8 anos, é lindo ver os artesãos que produzem coisas com as próprias mãos, porque neste fazer existe uma carga de tradição, uma memória e o retrato de um tempo, um ritual. Esse gesto manual reflete toda a cultura do lugar, as matérias-primas da biodiversidade e o impulso criativo”, ela fala.

Já que o apartamento tem três quartos, um deles virou a sala de TV / quarto de hóspedes. É ali também que Francisco joga vídeo game e espalha seus brinquedos. “Para dar um clima mais divertido e ao mesmo tempo aconchegante, eu dividi o ambiente em 2 planos, com essa cor na parte de baixo que ‘atropelou’ os armários e portas, dando uma unidade para o espaço sem escurecer o ambiente”, ela explica.

O apê de Adriana é uma casa viva – no sentido mais amplo da palavra. Tem barulho de criança brincando, tem plantas que formam uma floresta interna, tem peças carregadas de história e tradições, tem cor nas paredes, nos móveis e nos quadros… e claro, tem mudanças. Muitas delas. “Os quadros e objetos trocam de lugar sempre que preciso pintar as paredes, uma vez a cada dois anos mais ou menos, porque é um jeito de renovar o astral. Acho que no fundo, a casa vai crescendo com o tempo, se transformando junto com o trabalho, com as viagens e com a influência das pessoas que vou conhecendo – artesãos, designers e amigos”. * Quer descobrir mais histórias sobre o apartamento? Então não perca o Capítulo 2!

Fotos por Rafaela Paoli

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