Last Updated on: 16th agosto 2021, 05:59 pm

Quem já esteve em Lisboa sabe que a cidade tem muitas surpresas e encantos, então não é difícil entender porque o stylist e consultor criativo Peter escolheu esse lugar tão especial para morar com seu marido, o dentista Johan. Durante metade do ano o endereço do casal é um apartamento charmoso na região de Príncipe Real, porém nos outros seis meses eles vivem em Copenhagen – já que Peter é dinamarquês e Johan sueco. A vontade de ter essa segunda casa em terras portuguesas veio principalmente como uma forma de escapar do frio e dos dias mais escuros do inverno escandinavo.

“Sou completamente apaixonado por Lisboa. Pela luz da cidade e pessoas; pela nostalgia e romance; pelo artesanato e pelos produtos cultivados localmente. Mesmo entre as diferentes regiões da cidade, a luz varia e cria cenários. As pessoas dizem que as sete colinas de Lisboa e o rio Tejo são o que geram essa luminosidade tão particular. E a arquitetura certamente tem seu papel também, com fachadas de azulejos, telhados cor de barro e ruas cobertas por mosaico português”, Peter fala.

Quando Peter e Johan começaram a procurar um imóvel em Portugal para fazer sua segunda casa, eles caminharam pelas ruas e por diferentes vizinhanças. O stylist queria estar perto de alguma área verde, como parques e o Jardim Botânico da Universidade de Lisboa. Seu marido, por sua vez, estava mais interessado em lojas bacanas, cafés e bons restaurantes no entorno. E a região de Príncipe Real tinha tudo para agradar a ambos. 

O apartamento do casal está situado em uma construção do início da década de 1940, e os moradores lembram que gostaram do imóvel desde a primeira visita, seis anos atrás. “A casa foi erguida durante a ditadura de António de Oliveira Salazar, e como muitos prédios desse período, sua fachada tem um ar austero e modernista. Mas o interior, com elementos art déco que resistem ao tempo, é generoso e convidativo”, ele explica. O apê foi restaurado pelos antigos proprietários, um casal de franceses, e por sorte eles tiveram a preocupação de manter o estilo original da casa, renovando apenas a cozinha e o banheiro, e removendo algumas paredes sem comprometer muito o layout.

A própria arquitetura da casa acabou ditando o estilo de peças que o casal buscaria para compor a decoração. O piso de madeira original, os detalhes de carpintaria e as molduras no teto e portas irradiam uma aura nostálgica e sofisticada que não envelhece. Seguindo esse clima, a maioria dos móveis, objetos e luminárias foi comprada em antiquários locais e lojinhas vintage, como poltronas dos anos 50, estantes da década de 1940, um pendente alemão dos anos 70 e tapetes marroquinos. Na sala de jantar, a mesa principal e o armário antigo foram garimpados na loja ‘Barca de São Vicente’, a favorita do casal.

“O que eu mais gosto é de encontrar espaços, peças e lojas bonitas e depois conhecer as pessoas por trás delas. Colecionar itens com alma e história é outra de minhas paixões”, Peter conta. Ele também diz que o verde é sua cor preferida e que sua antiga profissão como artista floral acaba sempre refletindo em suas escolhas.

Para Peter e Johan, se mudar para o apartamento foi como chegar em casa: uma identificação imediata. “Não é coincidência que acabamos vindo morar em Lisboa. Visitamos a cidade em nossa primeira viagem internacional juntos, 27 anos atrás, e desde então havíamos retornado diversas vezes. Até chegamos a viver no Rio de Janeiro durante um breve período, e também amamos, mas lá estávamos muito longe da família, então Portugal surgiu como uma opção natural para nós, um ponto no meio do caminho”, ele fala. * Quer conhecer melhor os outros cômodos do apê? Veja tudo no Capítulo 2!

Fotos por Alessandro Guimarães

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