Last Updated on: 18th fevereiro 2021, 01:08 pm

Uma casa e todas as memórias que ela guarda não podem ser resumidas de uma vez só, então por aqui fazemos diferente. Ao invés de concentrar todos os detalhes e fotos em uma única matéria, criamos pequenos capítulos para que você possa curtir essa visita durante vários dias. É só acompanhar a ordem pelo título dos posts e apreciar o passeio sem se preocupar com o relógio.

Depois de passar um mês inteiro viajando em lua de mel, voltar para o aconchego do lar pode ser tudo o que desejamos, não é? Mas para o arquiteto Fernando e o economista Germano, uma surpresinha nada agradável deixou esse retorno um pouco diferente do que eles imaginavam. “Quando voltamos, sentimos que o piso da nossa casa estava abaulado. Fomos investigar e descobrimos que estava sendo devorado por cupins, e eu entrei em pânico por ser um imóvel antigo com toda a estrutura em madeira. Então decidimos nos mudar!”, conta o arquiteto.

A busca pelo novo lar não foi tão fácil, mas teve como ponto de partida a decisão de retornarem para o bairro de Santa Cecília, onde haviam morado antes. “Sempre tivemos muita vontade de voltar para a região, e com o impasse da casa, nem vimos outro lugar. Queríamos estar próximos do centro, do transporte público, de uma vida mais real e urbana”, falam. Como a procura demorou, eles já estavam até desanimados com os apês que visitaram, quando finalmente se depararam com o prédio atual, que namoravam há algum tempo. Ao entrarem no apartamento que estava vago, foi amor à primeira vista.

Como o imóvel havia sido reformado recentemente, eles não precisaram adaptar muita coisa, apenas o gabinete da cozinha e a iluminação. Tirando isso, bastou dispor as peças que já possuíam pelos cômodos. “Na sala, invertemos um pouco o raciocínio de ocupação pela vontade de termos a mesa de jantar mais próxima da janela. No resto, não pensamos muito”, dizem. Como Fernando coleciona móveis, construir o layout da casa se torna um exercício de constante experimentação, em que na base da tentativa e erro, o casal descobre o que funciona ou não em cada ambiente.

Em relação aos itens queridinhos, os quadros preferidos dos moradores se alinham na mesma altura na parede. Além disso, quase todos os objetos carregam consigo valores simbólicos e sentimentais. “Temos itens que vieram de viagens que fizemos juntos ou separados, e também coleções… eu amo os novos xodós da casa: um par de poltronas R3 em caviúna, o vaso da artista Paula Juchem e a fruteira que ganhamos de casamento. O Germano ama os quadros e as peças de viagem, tipo o elefante de sândalo que trouxemos do Sri Lanka e o barco de cerâmica que compramos no México”, Fernando diz.

Como se considera bem caseiro, o casal passa bastante tempo aproveitando o conforto da casa que construiu – sempre na companhia dos cachorros Soluço e Catarina. Quando estão juntos, gostam de cuidar das plantas, decidindo sobre suas posições em cada espaço, quais vasos usar e todos os pormenores… mas se precisam viajar, podem contar com a ajuda dos amigos do prédio para aguarem as raízes e garantirem o bem-estar das plantinhas.

Com um refúgio tão aconchegante e pessoas queridas por perto, é fácil entender porque o casal gosta tanto de estar ali. Além disso, o carinho pelo apartamento fica ainda maior quando toda a trajetória dos moradores é lembrada: “O fato de tudo aqui dentro ter sido compilado ao longo de muitos anos de relacionamento é o que nos faz sentir em casa”, dizem. * Vamos conhecer os outros ambientes do apê? Então confira tudo no Capítulo 2. 

Fotos por Gisele Rampazzo

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