Last Updated on: 30th abril 2021, 05:25 pm
Uma casa e todas as memórias que ela guarda não podem ser resumidas de uma vez só, então por aqui fazemos diferente. Ao invés de concentrar todos os detalhes e fotos em uma única matéria, criamos pequenos capítulos para que você possa curtir essa visita durante vários dias. É só acompanhar a ordem pelo título dos posts e apreciar o passeio sem se preocupar com o relógio.
Verena foi morar sozinha pela primeira vez há mais de 10 anos, ainda na época da faculdade, mas é só agora que afirma ter encontrado o seu lugar no mundo. Fotógrafa e artista visual, ela transformou o apê de aproximadamente 95 m² no bairro Santa Cecília, pertinho do centro de São Paulo, em uma extensão de si mesma.
Aos 20 anos Verena saiu de Alphaville e ocupou um apartamento dos pais na capital, porém a decoração não refletia em nada sua personalidade. O próximo endereço foi um imóvel alugado, também cheio de limitações e regras. Depois a artista foi passar uma temporada de dois anos em Nova York, onde estudou, trabalhou e se redescobriu. No exterior ela alugou um estúdio de pé-direito alto, paredes de tijolinho, vigas de madeira aparentes… enfim, um típico loft nova-iorquino. Foi ali que ela percebeu a importância de criar um espaço só seu.
Enquanto ainda estava nos Estados Unidos, seus pais a presentearam com o apê em que vive hoje – talvez como uma forma de convencê-la a voltar pra casa. Só que esse retorno não seria tão rápido assim. Ela decidiu aproveitar os preços e facilidades de NY e passou metade da viagem escolhendo móveis e objetos que pudessem ser trazidos para o Brasil. As peças foram compradas aos poucos, algumas doadas por amigos e outras até achadas pelas ruas da cidade, sem nenhuma pressa. Todo esse tempo de planejamento permitiu que o novo apartamento fosse desenhado e redesenhado na mente de Verena, que procurou colecionar referências e construir uma identidade mesmo estando longe de se mudar.
De volta ao país ela teve pouco mais de um mês para encarar uma reforma antes que o contêiner chegasse com todos os seus pertences. A verba para a obra estava curta, então foi preciso listar as prioridades e abrir mão de alguns desejos. Para manter o clima de loft com o qual a moradora já tinha se acostumado, a cozinha foi integrada à sala e ganhou revestimento que imita cimento queimado, mas é mais prático. Os armários, azulejos e bancada da pia até poderiam ter sido trocados, porém esses elementos iriam encarecer muito o projeto, por isso o acabamento existente nas paredes foi coberto com tinta preta e só, meio no improviso.
Sob o laminado da sala e dos quartos havia um piso de tacos original do prédio, que foi construído nos anos 50 e hoje em dia é tombado pela prefeitura. Verena mandou restaurar os tacos, alinhou vigas em forma de arco e pintou o hall de preto com o que sobrou de tinta da cozinha. Tudo em nome de uma estética limpa e, principalmente, sua. No fundo ela sempre gostou de idealizar espaços e mudar os móveis de lugar, mesmo quando criança – sua mãe chegou a colocar rodinhas nas peças justamente para facilitar o empurra-empurra pelo quarto. Aliás, pelo visto isso é coisa de família, porque a avó da artista também tem essa mania.
O primeiro detalhe realmente finalizado do apê foi o canto do bar, que fica perto da entrada. Herdado de uma de suas melhores amigas de Nova York e comprado originalmente em um flea market, o nicho de madeira hoje acomoda garrafas e revistas, no entanto já serviu de cama de gato e estante em vidas passadas. Sobre ele estão reunidos trabalhos de outros amigos e da própria moradora: são fotografias que servem de poesia e referência profissional, como a cena clicada pela americana Francesca Woodman. De certa forma esse arranjo serviu como ponto de partida para o resto.
Depois de tantos endereços, essa é a casa oficial da Verena, onde ela pode juntar o que acumulou de objetos e lembranças até agora. Nem tudo está pronto, mas é até melhor que seja assim porque os cômodos vão se moldando conforme estão sendo vividos. Ela confessa: “Aqui é um lugar em que as pessoas me reconhecem e se sentem bem. Não é só questão de conforto, mas as visitas entram e olham tudo, querem descobrir mais…”.
E você, também quer descobrir mais? Então volta aqui no blog quarta-feira porque vamos mostrar a outra metade do apartamento, incluindo o ambiente de trabalho da Verena.
Fotos por Rafaela Paoli
Oi, gente! Vcs sabem dizer de onde é o carrinho/armário de madeira da cozinha? Obrigada!
Oi Jessica, tudo bom?
A moradora viveu em NY uma época, então acho que pode ter trazido de lá. A Boobam tem um modelo muito lindo de carrinho, mas é um pouco menor. https://boobam.com.br/produto/carrinho-de-cafe-com-bandeja-de-azulejos-3526 E talvez você encontre outras opções maiores na Tok Stok.
Beijos
Adorei,
Saberiam me informar onde encontro a “poltrona” branca da primeira foto?
Linda!!
Oi Helder, tudo bom?
Claro, essa poltrona se chama Butterfly e é um ícone do design. Quem a vende aqui no Brasil é a loja Futon Company, que disponibiliza o móvel em várias cores lindas. https://futon-company.com.br/produtos/poltronas/poltrona-butterfly/
Beijos,
Lindo lar!! De onde é a prateleira de inox da cozinha? Achei muito legal.
Oi Rosanne, tudo bom?
Também adoramos essa prateleira! A moradora morou um tempo em NY, então deve ter trazido essa de lá, mas a Tok Stok vende modelos similares e que você pode compor com outras peças da mesma linha. Dá uma olhada: http://www.tokstok.com.br/vitrine/produto.jsf?idItem=13199&bc=1
Boa sorte! Beijos,
Obrigada Histórias de Casa!
Parabéns, amei conhecer o blog. Estava assistindo o canal GNT em Decora e vi os suportes de vasos utilizados na decoração de uma copa em uma casa de uma galerinha super transada e também amei e também quero.
Oi Gil, tudo bom?
Que bom que gostou do blog! Nós também sempre acompanhamos o programa Decora, amamos! Não sei se estamos falando dos mesmos suportes, mas tem uns lindos criados pela designer Drê Magalhães, olha aqui: http://www.studiodremagalhaes.com.br/linha-casa-ct-11f689
Beijos
quando vi aquele dvd do seriado 90210 nas fotos, já comecei a amar.
Tive o privilégio de conhecer o blog hoje. É exatamente esta história particular de cada casa e seu dono que me encanta! Totalmente pessoal e de acordo com a vivência de cada indivíduo. Perfeito. Parabéns pelo blog.
Oi Vitória, tudo bom?
Obrigada!! Realmente é isso o que estamos tentando mostrar: a alma de cada casa. Bom saber que estamos conseguindo!
Beijos 😉
Lindo amei
igual a dona. bonito, gostoso e elegante