Last Updated on: 20th abril 2021, 06:09 pm
Uma casa e todas as memórias que ela guarda não podem ser resumidas de uma vez só, então por aqui fazemos diferente. Ao invés de concentrar todos os detalhes e fotos em uma única matéria, criamos pequenos capítulos para que você possa curtir essa visita durante vários dias. É só acompanhar a ordem pelo título dos posts e apreciar o passeio sem se preocupar com o relógio.
Já faz dez anos que o designer recifense Alexandre vive no mesmo apartamento em Santa Cecília, no centro de São Paulo, porém monotonia é algo bem distante de seu vocabulário. Durante esse período os espaços sofreram diversas metamorfoses – a sala, por exemplo, já teve todas as paredes pintadas de azul e vez ou outra ganha uma nova distribuição de móveis. “Meu apê é bem camaleão e passa por modificações em média a cada 3 anos. Como antes tudo estava mais colorido, nessa última intervenção quis celebrar a luz trazendo muito branco para os ambientes.”, revela Nino.
Além do mais, mudança é com ele mesmo. Por conta da carreira de seus pais, desde cedo o designer se acostumou a trocar de endereço, de bairro e até de cidade. Essa trajetória quase nômade o ensinou que o conceito de lar não depende das paredes que nos cercam – o que vale é o que está ‘dentro’ delas. Ainda assim, é claro que a estrutura e o entorno do apartamento são dois fatores muito importantes, tanto que Nino chegou a visitar mais de 50 imóveis antes de decidir em qual iria morar. O que o convenceu no prédio charmoso com pé-direito alto foi a dimensão dos cômodos e a rua arborizada em uma região onde é possível fazer tudo a pé.
Antes de preencher o apê com os móveis e objetos que trazia dos outros endereços pelos quais passou, Nino precisou fazer algumas alterações estruturais, mas nada muito drástico. “Tive a sorte de que os moradores anteriores fizeram uma boa reforma e que ela atendia às minhas necessidades da época, como a cozinha aberta com balcão, um banheiro transformado em suíte e a criação de um lavabo. O que fiz foi encomendar uma nova marcenaria e remover a parede que dividia o segundo quarto da sala.”, relembra. Com essa divisória fora de cena, a área social do apartamento ganhou amplitude e mais iluminação natural. Para disfarçar a emenda que ficou no piso de tacos e as janelas com formatos diferentes, o designer recorreu a um tapete verde que ocupa quase toda a sala e instalou cortinas iguais dos dois lados, trazendo unidade visual.
Apaixonado por arquitetura e com vários amigos que trabalham na área, o morador não precisou de um projeto formal, porém contou com algumas dicas espertas durante os momentos de renovação do imóvel. Por isso além de seu próprio olhar, a decoração também é resultado de uma contribuição coletiva. O mobiliário, em sua maioria comprado quando Nino morava em um lugar com o dobro do tamanho, reúne peças interessantes e que foram garimpadas e repaginadas com o passar do tempo. Um desses móveis que já teve diversas versões é o buffet azul, arrematado em uma loja de doações e pintado posteriormente de forma improvisada.
Uma das primeiras aquisições de Nino – e sem dúvida um dos destaques da sala de estar – foi o vaso de fícus, uma árvore que acabou estimulando a chegada de muitas outras plantas. Para o designer elas não carregam apenas a força estética do verde, mas também trazem aconchego à casa e instigam o hábito de cultivar e contemplar cada folha que nasce. Aliás, acompanhar o crescimento das plantas é um dos prazeres de estar no mesmo apartamento há tantos anos. Assim como os pequenos defeitos no piso ou a paisagem da cidade que está sempre mudando do lado de fora da janela, elas trazem marcas do tempo e das histórias vividas ali.
Fotos por Isadora Fabian, do Registro de Dia a Dia
Acho que é a casa mais bonita! Besos desde Buenos Aires!
Ownnnn, gracias Lisandro! Qué alegría saber que tenemos lectores en Buenos Aires. 🙂
Devotos lectores! El blog es lo más!
Uouuuu!!! Gracias 🙂 🙂 🙂
Lindo!!! Quais as plantas?
Oi Milena, tudo bom?
O morador tem várias espécies diferentes, mas as principais são: fícus (árvore maior), samambaia (em cima da geladeira), pacová (um vaso médio com diversas folhas que aparece atrás do regador), cróton (com folhas amareladas). Todas se adaptam bem aos espaços internos, mas a samambaia é mais sensível.
Beijos