Last Updated on: 16th abril 2021, 05:26 pm
Já fazia dois anos e alguns meses que o arquiteto Fernando havia se mudado para um apartamento dos anos 60 no centro de São Paulo quando o economista carioca Germano deixou o Rio de Janeiro para vir morar com ele. “Nessa época muitas das peças já estavam por aqui, mas descobrimos que nossas referências são semelhantes. Depois que o Germano se mudou para cá, fomos escolhendo os demais móveis e objetos juntos. Todo esse processo de organizar as coisas da casa e comprar itens novos com ele tem sido um exercício muito bacana.”, revela o morador. * Para acompanhar essa história desde o começo, é só ler o Capítulo 1.
A cozinha é o ambiente que mais foge ao controle do casal. Tanto os revestimentos quanto o balcão de granito já existiam, porém Fernando não vê a hora de reformar o espaço e substituir esses materiais por opções mais neutras e simples. Enquanto a obra não sai do papel, o arquiteto procura driblar as limitações com alguns truques, como o tapete de sisal sob a mesa de jantar que aquece a decoração e de quebra ainda esconde o piso original. As plantas e os quadros – elementos marcantes na sala de estar – se multiplicam pelas paredes da área de refeições, dando uma sensação de continuidade entre os cômodos.
Há alguns anos Fernando passou uma temporada na Dinamarca e desde então seu olhar em relação ao design e ao próprio conceito do morar nunca mais foi o mesmo. “Sinto saudades de lá. O país é encantador, as pessoas também e os móveis escandinavos são os mais bonitos do mundo. Ali aprendi que a casa precisa ter cara de casa, e hoje isso é imprescindível para mim.”, ele conta. Apaixonado por seus souvenirs dessa e de outras viagens, o morador os expõe com orgulho pelo apartamento. Tem a gaita garimpada em um mercado de pulgas em Lisboa, a boneca japonesa comprada de uma simpática senhora em Kyoto, o mapa trazido da Islândia…
Como o apê tem dois quartos, o casal transformou o cômodo extra em um escritório – que aliás também está preparado para receber hóspedes e amigos de outras cidades. O móvel escuro de metal, com ares de armário escolar, é uma das peças favoritas do arquiteto e serve para guardar papéis e arquivos. A mesa de trabalho, que tem pés tubulares e tampo preto brilhante, leva a assinatura de Fernando e tem o tamanho perfeito para sua função.
O quarto principal traz uma mistureba de coisas em sua decoração, mas todas elas têm seu porquê: as luminárias de parede foram inventadas pelo casal, o remo de marchetaria usado na cabeceira veio de um antiquário, a xilogravura é um item querido dos moradores e a escadinha pintada de branco que faz as vezes de criado-mudo é uma relíquia herdada do consultório da avó de Fernando. “Essas miudezas falam muito por nós dois.”. O aconchego do espaço se completa com a presença do mascote Soluço, que espera os donos dormirem para pular na cama e se aninhar.
Acolhedor, iluminado, criativo… o apartamento de Fernando e Germano se enquadra em todos esses adjetivos, mas talvez a palavra que define melhor o clima da decoração seja ‘pessoal’ – afinal, cada escolha, móvel ou improviso tem o toque dos dois.
Fotos por Alessandro Guimarães
Parabéns! Quanto bom gosto!!!
Que apartamentinho mais gostoso!! Não mexe na cozinha não! Ela é linda do jeito que está! ❤️
Oi, gente, tudo lindo! Vocês saberiam onde o casal comprou a luminária toda de metal do quarto?
Obrigada <3
Oi Joana! Que legal que gostou. 🙂
As luminárias de parede foram inventadas pelo casal com mãos-francesas de metal e essas luminárias com fios que são usadas por mecânicos sabe? Tem aqui, por exemplo: http://bit.ly/2ym1ZEF
Beijos
Lindo o apê!! Por acaso vocês sabem de onde é o remo que fica na parede da cama ? 🙂
Oi Deborah, tudo bom?
O remo foi comprado em um antiquário, mas de repente você encontra algo similar no Depósito Kariri. Eles vendem peças de artesanato indígena: http://depositokariri.com.br/
Beijos
Muito obrigada pela ajuda! 😉
Adorei tudo!!!! Se me permitem a ousadia, não se diz uma “gravura de cordel”, é uma xilogravura, arte usada inicialmente pelos cordelistas para ilustrar as capas dos cordéis, cujo xilogravurista mais famoso no Brasil e internacionalmente também é J. Borges, pernambucano da cidade de Bezerros, que teve obras suas numa coleção de móveis de Rosembaun. Rsrs, me empolguei!!! Coisa de pernambucana arretadamente orgulhosa dos talentos da terrinha. Aguardando ansiosa a próxima Histórias de Casa. Bjs.
Oi Cida! Tudo bom???
Obrigada pela dica. Nós conhecemos o trabalho do J. Borges e achamos incrível, mas nem nos apegamos a colocar o termo xilogravura no texto, rs. 🙂 Vamos ajustar.
Beijos
Valeu!!!! Vi que já reescreveram. Além de trazer histórias lindas contadas em textos interessantes e fotos maravilhosas, vocês trazem também um espaço para uma comunicação interativa. Parabéns!!!
Ahhh, obrigada pelo carinho Cida! Realmente para nós é super importante essa troca com os leitores — afinal, é pra isso que estamos aqui, né? 🙂
Beijão e novamente obrigada pelo toque!
E esse quadro do Flaming Lips? Amei! E a casa é linda!
Oi Débora, tudo bom?
Lindo o pôster né? Foi comprado em uma loja de discos em NY que agora fechou, ela se chamava Another Stories. De repente você encontra algo assim no Mercado Livre.
Beijos!
Adorei tudo! Aquele quadro na parede é uma reprodução do céu no dia da Independência? Tem como saber o nome? É possível achar outro igual?
Oi Bruno, tudo bom?
Você diz o quadro que fica ao lado da cama do lado esquerdo? 🙂
Isso mesmo! Aquele com um círculo azul com várias estrelas. Achei maravilhoso!
Oi Bruno!
Descobrimos: o quadro das estrelas foi comprado em um mercado de pulgas de Berlim e é uma carta estelar do céu da Alemanha. Infelizmente não é muito fácil de encontrar né? Mas de repente você consegue usar o termo ‘carta estelar’ para buscar outras opções.
Boa sorte! Beijos
Muito obrigado, gente! Vocês são demais!