Last Updated on: 15th abril 2021, 05:36 pm

Cores, quadros, plantas e livros, muitos livros. Para onde quer que se olhe, o apartamento de Roberta e Marcelo reserva surpresas e histórias, sem moderação. Essa mágica de transformar um lugar sem muita personalidade em um lar único em cada detalhe só foi possível com a ajuda de Fernando Falcon, um dos sócios do Tacoa Arquitetos e melhor amigo da moradora há anos. “Como o Fernando está sempre conosco e nos conhece muito, sabia que ele poderia propor a melhor solução pessoal, afetiva e espacial”, ela diz. Se você ainda não leu o Capítulo 1, clique AQUI e confira a matéria completa. 

Acolhedora e com uma decoração que foge do óbvio, a cozinha de Roberta e Marcelo é também um ponto de encontro, um espaço desfrutado por eles e pelos amigos que sempre aparecem para um almocinho ou jantar. Uma grande porta de correr de madeira serve para integrar ou isolar o ambiente do restante da sala, porém na maior parte do tempo ela permanece aberta – assim quem está cozinhando pode interagir com os outros. Do outro lado da parede, um poema de Fernando Pessoa transcrito pelo amigo Lucas Simões dá as boas-vindas. Para completar, a bancada generosa, do jeito que o casal queria, chama a atenção com sua pedra esverdeada.

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Tanto Roberta quanto Marcelo estão sempre lendo e estudando, por isso era importante que cada um tivesse seu próprio escritório. Voltados para a varanda repleta de plantas, os dois ambientes são como pequenos universos, onde eles podem se cercar de livros, papéis e outros tesouros. “Os escritórios são nossas grutas, nossos confins íntimos. É onde passamos mais tempo vivo, criativo e intenso. No meu, há um amontoado de coisas que vou trazendo de lugares: pedras, conchas, folhas secas, objetos. Ali reina um excesso que é mais meu do que do Marcelo. Eu gosto da sobreposição, do muito, de uma quase confusão. É um espaço para perder coisas, para esquecer delas e depois reencontrá-las”, a moradora conta.

O quarto do casal, do lado oposto da sala, também traz o piso de cimento queimado vermelho que Roberta tanto ama e muitos quadros cobrindo as paredes. “Esse espaço foi o lugar que mais ‘deixamos para depois’… e esse depois ainda não chegou. Mas mudaríamos pouca coisa, ali é bom que a decoração seja mais suave, sem tanta referência”. Ao lado da cama, uma mesa de madeira antiga reúne outra paixão: as pedras e os cristais.

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Mil e uma histórias se encontram e se perdem pelo apartamento de Roberta e Marcelo. Além das referências vindas da infância na fazenda, da arquitetura inteligente, das plantas tomando conta dos espaços, dos cristais e dos livros que não param de se multiplicar, a decoração também tem influências do mundo árabe e do mundo lusitano, inspirações nascidas dos estudos da escritora sobre literatura portuguesa ou do amor pela azulejaria.

“Não tenho um espírito colecionador, mas eu gosto das coisas que gosto. Marcelo também. O apê tem uma juventude nossa, é um viveiro orgânico, composto por nós, as plantas, as gatas e os amigos e pessoas que frequentam a casa. À noite, acendemos as velas da sala e as lâmpadas coloridas dos abajures e nosso pequeno jardim é quase uma selva mágica”, romantiza Roberta.

Fotos por Alessandro Guimarães