Last Updated on: 29th abril 2021, 06:11 pm
Julia é diretora de criação e também uma artista sensível que descobriu que tudo pode ter um ponto positivo, até mesmo a tristeza. Além de seu projeto Tristezinha do Bem, ela tem um apê delicioso em Pinheiros compartilhado com Berenice, sua fiel escudeira canina. Leia o Capítulo 1 dessa história!
… Foi no meio de uma fase difícil que Julia reencontrou seu potencial. Para afastar os problemas, certo dia ela decidiu rabiscar suas paredes com um canetão rosa-choque. Depois partiu para os copos, a mesa, os lençóis… Isso aconteceu no apartamento que ela alugava alguns anos atrás, mas esse hábito a acompanha desde então. No endereço em que vive hoje, poesias, desenhos e lembretes cotidianos compartilham o mesmo espaço, as paredes. É quase como uma terapia: “É uma forma de eu me manter perto de mim. Quando estou indo para longe de mim mesma, me leio na parede e volto rapidinho”.
Para ela, morar sozinha faz toda a diferença. A liberdade de mudar as coisas sempre que tiver vontade e de fazer o que quiser conta muito, porém o silêncio também é importante para Julia, que gosta de “ouvir” a cidade dormindo durante a madrugada. Quando a ideia é bagunçar e se divertir, basta enviar algumas mensagens que a casa logo fica cheia de amigos.
O quarto, que já teve paredes pretas um tanto opressoras, agora está pintado de azul em um tom leve e feliz. Sobre uma base de pallets, a cama baixinha convida a moradora a se esparramar aproveitando o sol da tarde – a Berenice, é claro, vai junto e ainda se esconde debaixo do edredom. Como o restante do apê, esse cômodo tem jeito de improviso, o que talvez explique o fato dele ser tão aconchegante. Ao invés de um criado-mudo convencional, uma caixa de madeira dessas usadas para transportar obras de arte; no lugar de um revisteiro, uma cestinha de supermercado antiga; em vez de ficarem em uma estante, os livros ocupam o peitoril da janela… É tudo meio assim: bonito sem precisar de muito esforço.
Julia ainda está descobrindo sua vocação, mas já sabe que ter um pequeno universo criado por ela mesma e para ela mesma é sinal de estar seguindo pelo caminho certo. Além disso, esse mundo é compartilhado com pessoas e seres queridos, como as plantas que cultiva e a vira-lata de estimação. A chegada da Berenice, aliás, coloriu ainda mais a rotina e hoje as duas são inseparáveis.
“Minha casa representa a minha calma. Ou a calma que tenho ou a calma que busco. Vou me ensinando a partir da arte que faço. Desenho para ficar menos triste, ter menos saudade, ser ainda mais feliz… E como todo mundo tem esses dois lados opostos, acabam se identificando. Aprendi que quando você compartilha algo genuíno, ao poucos vai fazendo a diferença na vida das pessoas, e isso é lindo!”.
Fotos por Rafaela Paoli
Cada canto, cada jeitinho, tudo acolhimento. Desperta a vontade de morar lá…
Muito interessante o jeito de morar, e dá gosto ver casas que são montadas aos poucos com o estilo do morador, não seguindo um modismo ou “jeito certo”. Cada detalhe desperta o olhar, as misturas, as gravuras, nota-se um apartamento de base simples, mas que com o toque da moradora se tornou ÚNICO, aconchegante e cheio de estilo, PARABÉNS!!!!
Oi Fabiano, tudo bom?
Você captou totalmente o clima do site. Nosso objetivo é mostrar muitos jeitos diferentes de morar, dos mais jovens e descolados a espaços vintage que lembram casa de vó. O que importa mesmo é que a casa faça sentido para quem vive nela! 🙂
Adorei tua casa e como vives e pensas me lembra uma pessoa muito querida sabes quem é segue em frente e encontraras a felicidade que todos procuramos.Muitos beijos desta tia
Júlia , adorei, é a tua cara, não poderia ser diferente!!!! bjs
Essa canceriana com um lar criativo e autêntico , muito Julia e muito Berenice. Show!