Last Updated on: 15th maio 2021, 08:03 pm

Uma casa e todas as memórias que ela guarda não podem ser resumidas de uma vez só, então por aqui fazemos diferente. Ao invés de concentrar todos os detalhes e fotos em uma única matéria, criamos pequenos capítulos para que você possa curtir essa visita durante vários dias. É só acompanhar a ordem pelo título dos posts e apreciar o passeio sem se preocupar com o relógio.

A fotógrafa de moda Isabel é uma pessoa do mundo. Ela é carioca, mas viveu uns bons anos em Paris e Nova York, e hoje mora em um apartamento espaçoso e cheio de detalhes especiais no bairro Higienópolis, em São Paulo. Apesar das localizações muito distintas, Bel brinca que suas casas sempre têm algo em comum. “De certa forma, ficam todas parecidas, pois são aconchegantes e falam de mim”, ela explica. A decoração, quase sempre reaproveitada de antigos endereços, reflete anos de história e muitas viagens mundo afora.

Bel se mudou para esse apê há apenas um ano, mas ninguém duvidaria se ela falasse que viveu aqui sua vida toda. Isso porque cada ambiente traz elementos apurados, com muitos livros, muitos objetos e muitas cores – e essa mistura toda cria uma atmosfera de casa vivida, dessas que normalmente levam anos para ganhar forma. Quando a fotógrafa descobriu o apartamento ele estava velho e detonado, porém pequenas reformas e a troca de revestimentos já deram um novo gás aos espaços sem tanta complicação.

Sem seguir regras ou ficar presa a um só estilo, a moradora soube juntar peças trazidas de diferentes países e épocas. “Cada móvel veio de um lugar. A mesa e os tapetes são de NY; as cadeiras foram compradas na Holanda; os espelhos, uma mesa déco e uma cômoda trouxe de Paris… e tenho também quadros de amigos, os copos de cristal de minha mãe e livros de uma vida inteira”, ela fala. De uma viagem à Halong Bay, no Vietnã – um dos lugares mais mágicos que Bel já visitou – ela trouxe as almofadas de linho da sala que são reproduções de antigas fotos vietnamitas.

Ao mesmo tempo em que é apaixonada por seus objetos e pelas memórias que eles despertam, Bel também estaria disposta a começar tudo do zero se lhe der na telha. “Sou apegada a tudo porque tudo é ligado a pessoas, mas posso também me desfazer de tudo e recomeçar do nada. Já fiz isso antes e é muito libertador”, conta.

O Rio de Janeiro é o lugar onde a moradora nasceu, e por isso sempre fará parte dela, mas para Bel a exuberância das árvores de São Paulo não fica muito atrás. “Isso fez a cidade me acolher. E como tudo cresce loucamente por aqui, em apenas um ano eu não tenho mais uma varanda, virou selva!”, ela brinca. De fato, as plantas logo tomaram conta do pequeno espaço, tornando-o ainda mais agradável para os momentos de descanso durante o dia.

Seria impossível contar a história dessa casa sem mencionar as mascotes, Lolita e Joaquim, outras duas paixões de Bel. A relação que a moradora construiu com a duplinha é muito especial – do tipo que apenas quem também tem bichinhos consegue entender. “Com os filhos crescidos, eu no princípio gostava da liberdade de poder bater a porta e viajar, mas com a chegada da Lolita fiquei tão apaixonada que meus amigos achavam que eu tinha enlouquecido. Parecia mãe de primeira viagem. O Joaquim eu encontrei depois, em uma feira de animais para adoção, e acho que foi o melhor presente que eu podia ter dado para a Lolita. Agora eles brincam juntos o dia inteiro e cada um tem seu canto favorito na casa. Se por acaso eu sento na poltrona da Lolita, ela fica me encarando até eu levantar do lugar dela”, diverte-se Bel.

O apartamento tem muita história e itens colecionados há décadas, mas, ao mesmo tempo, tem uma alma leve e jovem, pronta para receber novidades e referências diferentes garimpadas por aí. Bel diz que em sua casa tudo é verdadeiro, sem desejo de impressionar ninguém, e tudo é valioso porque tem memória, como um testemunho de uma vida muito bem vivida. * Quer conhecer os outros cômodos do apê? Então clica no Continua abaixo!

Fotos por Isadora Fabian, do Registro de Dia a Dia

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